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    Publicado em 15 de Outubro às 22:47:41

    Santander (SANB11) | Prévia 3T24: Melhora contínua, mas em ritmo mais lento

    Acreditamos que a trajetória de melhora na rentabilidade do Santander Brasil deve continuar neste trimestre, mas de forma mais gradual. Projetamos um lucro de R$ 3,57 bilhões para o 3T24, representando um avanço de 7,3% t/t e 31% a/a. No entanto, estimamos uma desaceleração em relação aos crescimentos reportados no 1T24 de 37,1% t/t e no 2T24 de 10,3% t/t. Estimamos um ROE de 16,1%, o que representa uma evolução de 0,9pp t/t e 3,2pp a/a.

    Em relação ao crescimento da carteira de crédito, o banco tem adotado uma postura mais cautelosa em comparação com o mercado neste ponto do ciclo de crédito. Esperamos um crescimento de 7,3% a/a, abaixo da alta de 7,8% a/a no 2T24 e da projeção de 10,6% feita pela Febraban para o setor em 2024. Entendemos que o Santander está priorizando a rentabilidade em detrimento do crescimento, e que as mudanças no mix da carteira devem impactar positivamente o NII Clientes.

    Esperamos uma dinâmica mais arrefecida nas carteiras de Atacado (grandes empresas, R$ 143 bilhões) e consignado (R$ 73 bilhões), que juntas representam aproximadamente 40% da carteira de crédito total, devido à pressão do teto de taxa no consignado e ao aumento da concorrência no segmento de atacado. Assim, não acreditamos que essas áreas serão o foco de crescimento do banco no curto prazo.

    Por outro lado, acreditamos que o Santander deve acelerar a concessão de crédito em produtos de maiores spreads, como cartões, PMEs e Financeira, especialmente após o processo de limpeza da carteira de crédito realizado nos últimos trimestres.

    Esperamos que as receitas com tarifas (fees) mantenham um desempenho consistente, atingindo R$ 5,2 bilhões, apesar de uma desaceleração no comparativo anual. O crescimento anual robusto vem de uma base de comparação fraca por conta da financeira que teve um desempenho modesto em 2023. No entanto, estimamos uma desaceleração de 17,5% a/a no 2T24, deve se moderar para 10,9% a/a neste trimestre.

    As despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD), assim como as operacionais, devem continuar sob controle, contribuindo para a melhoria do lucro trimestral. As Provisões para Perdas de Crédito permanecem como um dos principais motores de resultado em 2024. Projetamos que o banco registre aproximadamente R$ 23,9 bilhões em provisões de crédito ao longo do ano de 2024, representando uma queda de 5,0% a/a, com cerca de R$ 6 bilhões por trimestre, distribuídos de maneira equilibrada.

    Para 2025, esperamos que as mudanças no mix de crédito impulsionem o NII Clientes, levando a um crescimento alinhado ou superior ao da carteira de crédito. No entanto, a alta dos juros deve apresentar desafios para o NII Mercado, que provavelmente terá no segundo semestre um desempenho semelhante ao registrado no primeiro semestre de 2024 – anteriormente, projetávamos um crescimento contínuo dessa linha.

    Apesar da contínua melhora na rentabilidade, acreditamos que o valuation do banco está negociando a um prêmio em relação a rivais com rentabilidade superior. Negociando a 8,2x P/L 2024e, 7,0x P/L 2025e e 1,1x P/VP 2024e, acreditamos que o valuation não estar caro, mas não nossa visão, existem melhores opções de investimento. Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de MANTER com preço-alvo de R$ 31,80, representando um potencial de valorização de 10%.

    Santander | Prévia 3T24: Expansão de +7,3% t/t e +31,0% a/a no lucro

    Carteira de crédito: Prioridade de rentabilidade em detrimento de crescimento

    No trimestre, estimamos que a carteira de crédito (BACEN) deve ficar estável no trimestre (+0,1% t/t), mas cresça +7,3% a/a, chegando a R$ 539b. O crescimento a/a representa uma leve desaceleração em relação ao crescimento apresentado no 2T24 (+7,8% a/a), que foi influenciado positivamente pela variação cambial na carteira Corporate. Sem a variação cambial, o crescimento normalizado teria ficado próximo de +6,0% a/a.

    Vemos que o banco já passou por um período de limpeza (de-risking) da sua carteira nos últimos trimestres, e deve focar agora no crescimento em produtos de maior spreads e rentabilidade, mesmo que isso possa prejudicar o crescimento da carteira de crédito.

    Receita Líquida de Juros (NII): Mudança no mix deve impulsionar NII Clientes

    Acreditamos que a receita de juros (NII) apresente um crescimento de +1,1% t/t e +13,4% a/a, chegando a R$ 14,9 bilhões. Esperamos que o NII Clientes atinja R$ 14,5 bilhões com crescimento de +0,3% t/t e +5,4% a/a, se aproximando do crescimento da carteira de crédito. Estimamos que o NII Mercado deve atingir R$ 375 milhões (+45,4% t/t, revertendo o resultado negativo de R$ -647 milhões do 3T23).

    Esperamos que, na medida que o banco consiga acelerar o crescimento de crédito nas linhas com maior rentabilidade (PMEs, cartão de crédito e Financeira), o NII clientes apresente um desempenho melhor que o crescimento da carteira de crédito total.  Por outro lado, a elevação das taxas de juros deve ser prejudicial para o NII mercado nos próximos períodos.

    Receita com tarifas: Consistente! mas desacelerando a/a

    No trimestre, esperamos que as receitas com tarifas alcancem R$ 5,22 bilhões (+0,8% t/t e +10,9% a/a). Estimamos que o crescimento de crédito da financeira seja um impulsionador do resultado da seguradora e de outras receitas, como a de Tarifas de Avaliação de Bens. A desaceleração em relação ao forte crescimento do 2T24 (+17,5% a/a) é explicada pela base comparativa fraca do 2T23.

    Provisão (PDD): Controlada! Leve aumento t/t e a/a

    No 3T24, acreditamos que a provisão para devedores duvidosos (PDD) deva ficar controlada, dinâmica e montante semelhante à dos últimos dois trimestres, atingindo R$ 5,97b (+1,3% t/t e +6,3% a/a). Do lado da inadimplência, estimamos que deve ficar estável t/t, mas com aumento de +0,15pp a/a.

    Despesas administrativas: Crescimento em linha com a inflação

    Esperamos que as despesas administrativas cheguem a R$ 7,64 bilhões, apresentando uma leve queda de -0,5% t/t, mas com expansão de +4,0% a/a. A linha deve ser parcialmente impactada pelo reajuste salarial (dissídio) que ocorreu em setembro.

    Imposto: Beneficiado pelo pagamento de JCP

    Esperamos que a alíquota de imposto do Santander fique em 17,0% para o 3T24, beneficiado pelo pagamento de R$1,5b em JCP.

    Santander | 2024e e 2025e

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