A Simpar superou mais uma vez as expectativas do mercado. No 4T21, o mercado esperava um EBITDA de R$1,2 bilhões sendo que o reportado foi de R$1,3 bilhões, um crescimento quase 90% frente ao 4T20. A receita líquida consolidada de 4T21 de R$ 4,1 bilhões apresentou crescimento de 56,2% na comparação ano contra ano. O lucro líquido de R$ 366,6 milhões apresentou alta de 70,6% ano contra ano e queda de -8,2% na comparação trimestral. Quando iniciamos a cobertura o mercado projetava um EBITDA para o ano 2021 próximo a R$ 3,6 bilhões. Hoje, a empresa reportou uma EBITDA de R$ 4,2 bilhões.
Seguimos confiantes com o case de Simpar, que ainda possui um desconto significativo e negocia a um múltiplo EV/EBITDA 2022 de 4,5x. Nosso preço alvo foi revisado em decorrência nos ajustes na taxa de desconto, que acabaram implicando em leve diminuição nos preços alvos de Vamos, Movida e JSL.
Movida (MOVI3)
A Movida surpreendeu o mercado com números muito fortes no 4T21. A incorporação completa dos ativos da CS Frotas mais impactou positivamente o resultado do GTF, levando a empresa a apresentar recordes em alguns indicadores. O EBITDA recorde de R$ 777 milhões, que veio 13% acima das expectativa do mercado e 8% acima das nossas expectativas. No 4T21 o crescimento foi 154% na comparação anual e 27% trimestral, com a margem EBITDA Ajustada passando de 38,9% no 3T21 para 44,6% no 4T21. Já o lucro líquido atingiu novo recorde, R$ 276,7 milhões, em linha com as projeções do mercado. A margem líquida de 15,9% foi inferior aos 16,5% reportado no 3T21 e superior aos 14,4% reportados no 4T20. Destaque para locação, RAC e GTF somados cresceram 86% a/a.
Vale destacar que a melhora de margens só está sendo possível graças aos ganhos de escala ao longo de 2021 devido aos volumes fortes, que possibilitaram a diluição de despesas gerais e administrativas. Apesar da dificuldade na oferta de veículos 0 km, a empresa conseguiu aumentar sua frota, comprovando que a estratégia de vender carros logo no início da pandemia e retomar as compras antecipadamente foi assertiva.
Vamos (VAMO3)
A Vamos apresentou volumes muito fortes, a frota locada atingindo os 26.481 ativos. Os dados reportados foram próximos às estimativas do mercado e um pouco abaixo das nossas expectativas. A receita líquida no 4T21 de R$ 807 milhões foi 90,7% maior do que a apresentada no 4T20 e 3% inferior à reportada no 3T21. O EBITDA de R$ 301 milhões foi 3,1% maior que no trimestre passado, com ganho de 2,4p.p. de margem.
Embora o resultado não tenha surpreendido, os indicadores financeiros tiveram um expressivo crescimento comparado com o mesmo trimestre do ano anterior. Destacamos a receita futura contratada de mais de R$ 6,9 bilhões, um crescimento de +120% frente a 2020 e o aumento no Yield (Receita de Locação/Preço de Compra dos Ativos) que atingiu 2,73%. Esse aumento reflete não só a valorização dos ativos, como também o aumento do custo de oportunidade de investimentos no setor no período, que acaba elevando a mensalidade média dos contratos. Com a renovação de 80% dos contratos, a nova duração média dos contratos agora é de 65 meses, versus 60 meses do ciclo anterior.
JSL (JSLG3)
A JSL também apresentou resultados muito fortes! As boas aquisições feitas ao longo dos últimos anos, sendo três concluídas em 2021 (Rodomeu, TPC e Marvel) ampliaram portfólio de serviços e impulsionaram o crescimento da receita de forma brutal. No 4T21, receita líquida atingiu R$ 1,3 bilhão, 66% maior do que no 4T20, totalizando R$ 4,2 bilhões em 2021, um aumento de 59% frente a 2020. EBITDA foi de R$220 milhões no 4T21 superou em 82% o divulgado no 4T20 e em 11% o reportado no trimestre passado.
Na nossa visão, o cenário mais desafiador para o segmento de transportes, apesar de gerar impactos nas margens devido aos preços mais altos de insumos, pode favorecer a JSL no processo de consolidação do setor. Empresas menores ou menos estruturas, tendem a sofrer mais, abrindo espaços para novas aquisições. Esperamos que a JSL siga com suas crescendo não apenas de maneira inorgânica, mas também de forma orgânica, aumentando sua capilaridade e seu portfólio de serviços.
Original
Original é uma empresa de concessionárias autorizadas de veículos leves. A empresa apresentou número mais modestos, com retração de receita frente ao 4T20. A queda na receita líquida foi de 8,8% e 14,7% de queda frente ao 3T21. a empresa apresentou crescimento na comparação anual, 18,5% de evolução de receita líquida. A Original apresentou EBITDA de R$19,3 milhões no 4T21 aumento de 24,5% em relação ao 4T20 e 9,0% ante o 3T21, com ganho de margem equivalente a 2,8 p.p. na comparação anual, resultando em 10,7% de margem EBITDA. No consolidado do ano, o EBITDA totalizou R$68,0 milhões, 80,4% superior na comparação anual. Como consequência da menor produção de veículos novos e seminovos no mercado, que permitiu o ajuste dos preços a fim de preservar ou superar as margens e tickets praticados nos trimestres anteriores. O ticket médio de vendas cresceu mais de 21% ante o 4T20 e na comparação anual o aumento foi de 32%.
O EBITDA A empresa teve boa evolução anual, Atuando há mais de 25 anos, a empresa trabalhava com duas grandes marcas: Fiat e VW. Recentemente, a Original anunciou duas a aquisição, a UAB Motors e a Sagamar. Esse movimento permitiu que a empresa adicionasse novas marcas e regiões em seu portfólio. Agora com 18 marcas e presente em 4 estados, a Original tem um enorme potencial de cross-sell com as outras empresas do grupo.
CS Brasil
A CS Brasil, apresentou no 4T21, receita líquida de R$125,0 milhões, estável na comparação anual. Como reflexo de menores volumes de venda, mas com melhores condições nos preços de seminovos em razão da escassez de oferta ocasionada pela menor capacidade de produção dor setor automotivo, os destaques ficaram para as linhas de Serviços (alta de 14,3% a/a) e GTF com mão de obra (alta de 42,2% a/a). O EBITDA somou R$24,3 milhões no 4T21 (+39,9% a/a), enquanto a margem EBITDA totalizou 22,1% (+4,1 p.p. a/a).
Consideramos bom o resultado na comparação pró-forma, isto é, comparando os valores da CS Brasil anteriores ao 3T21 desconsideram a operação da CS frotas incorporada pela Movida em 27/07/21.
Os ativos da CS Brasil, que serão transferidos para a CS Infra, empresa focada em concessões de longo prazo, ainda constam nos resultados da CS Brasil. A CS Infra foi incorporada e consolidada ao balanço da SIMPAR no dia 28/12/2021. Portanto, ela não colaborou com os resultados de 2021.