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    Publicado em 11 de Agosto às 02:29:34

    Simpar (SIMH3) | Resultados 2T23: O herói improvável

    Assim como esperávamos, os resultados de Simpar foram positivamente impactados por JSL. A figura consolidada foi beneficiada pelas atividades de M&A, com a aquisição da IC Transportes que gerou um efeito contábil de R$ 254,8 milhões devido a uma “compra vantajosa”. Esse impacto contábil, sem efeito caixa, valida a assertividade do time de M&A do grupo.  A holding segue reportando resultados operacionais sólidos, porém a alavancagem elevada das controladas, aliado a contínuos investimentos em novos processos de fusão seguem comprimindo a última linha dos resultados. Se olhássemos apenas para o lucro líquido, retirando o impacto positivo da compra vantajosa de R$ 168,1 milhões, Simpar teria reportado um prejuízo de R$ ~70 milhões no 2T23.

    De maneira geral, embora a fotografia do resultado pareça negativa, temos boa parte de suas controladas apresentando resultados influenciados por fatores exógenos. Além disso, a manutenção dos juros em patamares elevados segue prejudicando o resultado financeiro tanto da holding, quanto das subsidiárias. A estabilização da margem bruta nas vendas de ativos das controladas explica a compressão das margens operacionais na comparação anual. Por fim, acreditamos que o ciclo de corte de juros, somado aos processos de reorganização, ramp up de margens e capturas de sinergias, tenham grande potencial de destravamento de valor no curto/médio prazo.

    Depois de +44%, ainda existe upside?

    Após a venda da participação na Vamos e a recente valorização expressiva de 35% da Simpar durante o primeiro trimestre, o desconto de holding diminuiu notavelmente, passando de 38% no primeiro trimestre de 2023 para 25% ao término do segundo trimestre. Acreditamos, no entanto, que o ciclo de redução de juros e as medidas em curso em algumas subsidiárias para otimizar os custos de dívida ainda não estão integralmente precificadas. Com um custo médio da dívida bruta de 16,4% (CDI+2,75%) frente a uma dívida bruta de ~R$ 40 bilhões, o cenário de queda de juros joga a favor. Caso tenhamos uma Selic média em 2024 de 10,65%, haveria um de quase R$ +1,2 bilhões nas despesas financeiras anuais, o que equivale a 2,4x o lucro dos últimos 12M.

    Considerando nossas projeções de preço-alvo, estimamos que a Simpar está sendo negociada atualmente com um desconto de 20%. Destacamos que esse valor já engloba a oferta primária e a secundária da Vamos. A movimentação da oferta secundária foi feita por meio de uma redução da participação de holding na subsidiária, para fortalecimento da sua posição de caixa. Esse movimento não foi contabilizado nos resultados do 2T23, dado que o follow on Vamos foi concluído no dia 03/07/23.

    Vamos (VAMO3)

    Na nossa visão, Vamos reportou números negativos no trimestre. Apesar do segmento de locação ainda apresentar bons números, com aumento no Yield e backlog de receita, a vertical de concessionárias foi fortemente afetada pelo anúncio tardio do Plano Safra, que por sua vez culminou em diminuições de receita e margem.

    Confira nossa análise completa sobre o resultado do 2T23 de Vamos clicando aqui.

    JSL (JSLG3)

    Para nós, JSL foi o grande destaque positivo do trimestre. Com a incorporação de 2 meses de resultados da recém-adquirida IC Transportes, a companhia apresentou ganhos significativos de EBITDA, apesar de, por conta de uma margem mais baixa da adquirida, sua rentabilidade nos segmentos asset light e heavy terem sido levemente prejudicadas. No entanto, fomos surpreendidos positivamente. Mesmo desconsiderando a aquisição, a empresa se mostrou resiliente em seu modelo de negócios, apresentando manutenção de margens e ganhos de receita.

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    Movida (MOVI3)

    A fotografia do resultado de Movida foi negativa, no entanto, acreditamos que o futuro da companhia segue promissor. A companhia reportou quedas nas margens de sua vertical de RAC devido ao volume menor por conta de uma pior sazonalidade. No entanto, o segmento de GTF segue apresentando bons números, com ganhos de receita e aumento nas tarifas diárias, puxados principalmente por uma readequação e melhor precificação de novos contratos. Já o segmento de seminovos apresentou uma surpresa positiva, ao reportar aumento na margem bruta.

    Acreditamos que o novo direcionamento estratégico da companhia aliado às suas medidas de redução de custo da dívida e o início de ciclo de corte de juros deverão impulsionar os resultados no médio prazo. Em suma, acreditamos que Movida atingiu seu ponto de inflexão nos resultados do 2T23.

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    Automob

    A Automob por sua vez, reportou dados positivos na nossa visão. Com o anúncio do programa de incentivo à indústria automotiva pelo governo, já era esperada uma redução no ritmo de vendas no início do mês de junho, o que seria revertido ao final do trimestre com implementação do programa.

    Com isso, tivemos margens levemente inferiores nas comparações anuais e trimestrais, dado que tivemos um hiato na busca de veículos, na espera de mais informações a respeito do programa de descontos, tão como sua implementação. Foram adotadas estratégias de vendas visando impulsionar as vendas no período entre maio e junho. Além disso, a companhia também optou por vender veículos de ticket médio mais baixo, visando participar do programa. Por outro lado, o volume de veículos elevado fez com que a Automob reportasse níveis de receita crescentes.

    A controlada reportou uma receita líquida de R$ 1,57 bilhões (+16,5% a/a e +15,3% t/t), um EBITDA de R$ 84,5 milhões (+1,4% a/a e +6,7% t/t), além de um lucro líquido de R$ 19,7 milhões (-51% a/a e -12,4% t/t), puxado principalmente pelas elevadas despesas financeiras.

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