Resumo
A Suzano reportará seu resultado do 1T23 na quinta-feira, dia 27 de abril, após o fechamento do mercado. Esperamos um trimestre fraco impactado por preços e volumes mais baixos. Os preços foram fortemente impactados pelo alto estoque na Europa e devido ao excesso de oferta na China. Já o volume esperado é menor devido à sazonalidade do setor. Além disso, estamos assumindo que a MP 1.152 será aprovada em nossa modelagem. Sendo assim, seguimos com nossa posição de MANTER, porém realizamos um corte no preço-alvo para R$ 45,00 vs. R$50,00 em nossa recomendação anterior.
Prévia 1T23
Ao longo do trimestre, observou-se uma queda nos preços da celulose devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda na China e na Europa. Na Europa, há um excesso de estoques a preços muito elevados, causado pela compra excessiva dos produtores de papel e dificuldades logísticas. Com isso, os produtores de papel não integrados estão segurando a produção para manter os preços, o que faz com que eles consumam menos celulose.
Na China, observamos que a maioria das vendas da Suzano ocorreram no final do trimestre, onde a curva de preços da celulose estava a ~US$600/t, bem abaixo do 4T22, quando estava sendo negociada a US$831/t. Com isso estamos projetando uma receita de R$11,2b Genial Est. (-21,7% t/t; +15,4% a/a), representando uma queda mais substancial na base trimestral.
Olhando para custos (COGS), esperamos um valor flat na diluição por tonelada, uma vez que enxergamos (i) queda nos preços dos principais insumos utilizados pela empresa, compensados pela (ii) sazonalidade de chuvas na região sudeste, típicas dos 1Ts, de forma que a Companhia precisou utilizar mais insumos no processo produtivo, neutralizando então o impacto da queda de preços.
Para o SG&A, nossa expectativa é de uma melhor eficiência de gastos em relação ao 4T22, devido à ausência de pagamento de remuneração variável. Sendo assim, chegamos em uma EBITDA de R$6,1b Genial Est., o que representa uma retração de -25,0% t/t.
MP 1.152
A MP 1.152 deve ser votada ainda em 2023. Se aprovada, a mesma tende a aumentar as alíquotas efetivas de impostos para exportadores, o que poderia afetar a Companhia através de suas operações de exportação para a sua subsidiária na Áustria, passando de uma taxa de aproximadamente 23% (média dos últimos 4 anos) para 34%, no pior cenário.
Estamos trabalhando com um cenário em que entrará em vigor 2025. Acreditamos que a alíquota de longo prazo deve se manter em torno de 26%, já que a Suzano tem incentivos fiscais, como por exemplo o Sudene, que Companhia acaba não utilizando ainda, e outros instrumentos como JCP e ágio de aquisições. Confira o relatório Suzano (SUZB3) | Prévia de Resultados 4T22 e Expectativas para 2023 para ver a análise de sensibilidade para os possíveis cenários da MP 1.152.
Nossa Recomendação
Considerando a dinâmica atual de oferta e demanda do setor e nossa visão de que essa tendência deve se prolongar devido à entrada de novas plantas de empresas concorrentes, juntamente com o impacto negativo da MP 1.152 em aproximadamente R$ 3,50 no preço-alvo. Dessa forma, seguimos com nossa recomendação de MANTER, porém estamos revisando a nossa recomendação de preço-alvo para baixo, de R$ 50,00 para R$ 45,00.