SUZANO

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    Publicado em 23 de Fevereiro às 18:51:33

    Suzano (SUZB3) | Prévia de Resultados 4T22 e Expectativas para 2023

    A Suzano reportará seu resultado do 4T22 na terça-feira, dia 28 de fevereiro. Tendo aproximadamente 80% da sua receita líquida vindo da venda de celulose para o exterior, a empresa pode ser beneficiada pelo fim da política de Covid-zero na China e pelo dólar em patamares altos

    Como contrapontos, temos: um cenário global com a possibilidade de recessão econômica em 2023, afetando a demanda; larga oferta da celulose através de projetos com alta capacidade produtiva, o que pode causar um declínio no preço do produto; resultado da MP 1.152, que pode afetar a empresa através de um aumento na alíquota de imposto de renda.  

    Dessa forma, seguimos cautelosos com as perspectivas e continuamos com nossa recomendação de MANTER, com preço alvo de R$ 50,00

    Expectativas de Resultado – 4T22

    Mesmo com a China ainda fechada e com sua economia limitada, além do ambiente inflacionário desfavorável na Europa e nos Estados Unidos, os preços da celulose se mantiveram em alta (em comparação aos últimos anos) no 4T.  

    A principal ameaça para a queda na precificação da celulose era o seu aumento de oferta, através de vários projetos de aumento de capacidade que estavam para ser finalizados no período. Entretanto, com o atraso no acabamento de algumas obras, problemas operacionais e logísticos, e a continuação da guerra Rússia x Ucrânia, o preço da commodity conseguiu se manter com certa estabilidade, contrariando, como já havia feito historicamente, as expectativas de uma grande baixa. No segmento de papel esperamos uma boa performance, com bom preço e volume alto. 

    Desse modo, esperamos que a Suzano apresente uma receita líquida de R$14,0 bi, com aumento de 22,2% a/a e queda de 1,3% t/t. Porém, esperamos uma compressão de margem, devido ao aumento do custo de insumos na produção de celulose, e o aumento de despesas de G&A, como já é esperado no 4T, por causa do dissídio e pagamento de remuneração variável. Sendo assim, esperamos uma queda de EBITDA de 6,9% t/t, alcançando R$8,2 bi, com margem de 58,8%.  

    Expectativas para 2023

    Sendo uma empresa exportadora, a Suzano ainda deve se beneficiar do dólar alto esse ano – seguindo nossas projeções, vemos o dólar fechando 2023 por volta de R$5,50, um nível historicamente forte para a moeda. 

    Nesse ano, tivemos já nas primeiras semanas, o fim da política de Covid-zero na China. Sendo o maior mercado consumidor do setor de papel e celulose, é de se esperar um crescimento alto na demanda. No entanto, com um porém: com os preços altos, é provável que os chineses apenas comecem a reabastecer seus estoques uma vez que esses valores sejam estabilizados, o que pode levar alguns meses.   

    Tal visão dos compradores chineses vem de uma continuação da expectativa de alta oferta no setor, levando a oferta maior do que a demanda, com o andamento de projetos atrasados e três grandes plantas com expectativa de abertura no ano – desse modo, a derrocada do preço é aguardada

    No mais, a empresa também passou pelo processo de compra das operações de tissue no Brasil da empresa americana Kimberly Clark, em outubro de 2022. Envolvendo a aquisição de uma fábrica com capacidade de produção de 130 mil toneladas por ano em Mogi das Cruzes (SP), a operação decorre uma estratégia de expansão geográfica de atuação no setor de papel-higiênico na região Sudeste, para além de sua sólida presença no Norte e no Nordeste. Tal processo vem de uma estratégia de diversificação e de aumentar sua exposição a um produto de maior valor agregado, aumentando o seu market share no segmento de tissue, junto com a construção de uma nova fábrica em Aracruz (ES), planejada para ser inaugurada em 2024.  

    MP 1.152

    Em 2023 deve ser votada a MP 1.152 (que entraria em vigor apenas em 2024). Passando, a mesma, que tende a aumentar as alíquotas efetivas de impostos para exportadores, poderia afetar a empresa através de suas operações de exportação para a sua subsidiária na Áustria, passando de uma taxa de aproximadamente 23% (média dos últimos 4 anos) para 34%, no pior cenário.  Caso, a MP 1.152 seja aprovada, no pior cenário estamos esperando uma queda de 26,7%, atingindo R$ 36,67. 

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