A TIM divulgou seus resultados financeiros no dia 30/07, após o fechamento do mercado. A companhia apresentou um desempenho sólido, em linha com nossas expectativas, com uma surpresa positiva no lucro líquido. A empresa mostrou um bom crescimento de receita, especialmente no segmento pós-pago, que foi impulsionado pelo reajuste de preços e pela migração de clientes do pré-pago.
Além disso, houve uma expansão de margem, atribuída à alta alavancagem operacional e ao controle efetivo de custos e despesas. O lucro líquido alcançou um recorde, beneficiado pela redução da depreciação, particularmente a depreciação do direito de uso de arrendamentos.
Diante desses resultados positivos, mantemos nossa recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 21,00.
Análise do resultado
Pós-pago continua sendo o capitão do time e impulsiona receita
A TIM atingiu uma receita líquida de R$ 6,3b (+3,4% t/t; +7,5% a/a), superando ligeiramente nossas expectativas (+0,6% vs. Genial Est). Como prevíamos, o crescimento da receita foi impulsionado pela linha de serviços móveis (+7,2% a/a), especialmente pelo pós-pago, devido a (I) migração de clientes do pré-pago para o pós-pago e (II) reajuste na base de clientes, fazendo com que o ARPU do pós-pago ex-M2M chegasse a R$ 53,4 (+3,1% a/a). Complementando a receita consolidada, o segmento de serviços fixos apresentou um crescimento estável de 4,5% a/a, alcançando R$ 337m (+0,5% vs. Genial Est), com destaque para a Tim UltraFibra, que cresceu 8,0% a/a no 2T24. Além disso, impulsionadas pela migração para planos com preços mais altos e pelo Dia das Mães em maio, as vendas de aparelhos chegaram a R$ 199m (+7,0% t/t; +18,5% a/a).
EBITDA positivo, mas destaque da noite foi o Lucro Líquido
No 2T24, o EBITDA chegou a R$ 3,1b (+2,1% vs. Genial Est) e margem de 50,0% (+0,7p.p vs. Genial Est), representando um aumento de 2,6p.p t/t e 0,3p.p a/a. Apesar de uma maior margem EBITDA no 2T23 gerada a partir de um crédito de Fistel de R$ 47m e a não repetição deste item no 2T24, a TIM conseguiu aumentar a margem devido principalmente (I) a diluição do custo e despesa possibilitada pelo bom crescimento de 7,5% a/a da receita líquida e (II) crescimento controlado de 6,5% a/a dos custos e despesas.
O lucro líquido do período foi de R$ 781m (+50,4% t/t; +22,5% a/a), superando nossa expectativa de R$ 676m e a do consenso de R$ 711m. Neste trimestre, a linha de depreciação e amortização da companhia apresentou uma queda de 4,3% a/a devido à redução da depreciação do direito de uso de arrendamentos do IFRS16 gerada pelo processo de descomissionamento, resultando em um aumento de 30,1% a/a no EBIT normalizado e permitindo que o lucro líquido atingisse o patamar mencionado. Isso resultou em uma margem líquida de 12,4% e o maior lucro líquido já registrado num 2T.
5G em desenvolvimento
O CAPEX foi de R$ 925m (0,2% vs. Genial), representando 14,6% da receita líquida do período. Mantendo sua estratégia, a Tim continua investindo em infraestrutura de rede relacionada ao 5G e sua consolidação em novas regiões. Além disso, o volume de Capex deste trimestre mantém seu caráter historicamente menor em comparação aos outros trimestres.
Dinâmica mais positiva do capital de giro
Notamos que o 1T24 apresentou uma dinâmica negativa de capital de giro, com uma variação líquida de R$ -1,2b. Todavia, já enxergamos uma melhora significativa no 2T24, com a queda desse valor em 56,2% t/t, resultando em uma variação líquida de R$ -0,5b, devido a uma melhora em estoque e na linha de impostos e taxas a pagar. A partir disso e um cenário positivo dos outros fatores, o Fluxo de Caixa Operacional Livre chegou a R$ 948m (+79,2% a/a).