A TIM divulgou seu resultado no dia 06/11/23 após o fechamento de mercado. A Companhia reportou um resultado bom, acima das expectativas do mercado. A empresa registrou uma receita sólida em linha com as expectativas, destacando o desempenho no segmento de serviços móveis, com ênfase no pós-pago. A TIM também alcançou o maior nível de ARPU e viu crescimento do EBITDA devido a uma boa gestão de custos. O lucro surpreendeu, beneficiado por uma redução na depreciação. Esperamos que a empresa continue nessa trajetória, colhendo as sinergias da sua aquisição da Oi no futuro. Sendo assim, seguimos com nossa recomendação de Compra e preço alvo de R$18,00.
Análise do resultado
DRE 3T23
Receita em linha com nossas expectativas
A TIM reportou uma receita sólida, com um crescimento de 7,9% a/a, superando a inflação e atingindo o valor de R$6,1b, ficando 0,7% acima das nossas expectativas. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela linha de serviço móvel, com destaque para o desempenho do pós-pago, que teve um crescimento de 9,5% a/a devido ao aumento dos planos no 2T e à gestão da base, que incluiu a redução do churn e a implementação de estratégias de upselling.
A empresa também anunciou o maior nível de ARPU com um total de R$ 30,2, representando um crescimento significativo de 21,1% a/a.
No segmento de serviços fixos, a empresa demonstrou um desempenho sólido, registrando um crescimento de 4,5% a/a e 0,5% t/t. Vale ressaltar o notável desempenho do TIM UltraFibra, que obteve um crescimento de 9,7% a/a. Esse crescimento do TIM UltraFibra se deveu ao aumento de 34,6% a/a da base FTTH e à maior adoção dos planos de maior valor agregado.
No segmento de aparelhos, a empresa também teve um desempenho positivo, gerando uma receita de R$181m, que representa um aumento de 7,6% t/t e um notável crescimento de 23,5% a/a, impulsionado pelas campanhas promocionais com a Apple e no Dia dos Pais.
EBITDA cresce dois dígitos a/a
A TIM apresentou um trimestre sólido em termos de custo, conseguindo atingir um EBITDA de R$3,0b, em linha com as nossas estimativas, com crescimento anual de 11,6% e trimestral de 3,3%. A margem EBITDA permanece em patamar alto, aos 49,7%, levemente abaixo das nossas expectativas e representando um crescimento de 1,65 p.p. a/a e 0,02 p.p. t/t.
Os resultados foram impulsionados principalmente por uma boa estratégia de manejo de custos, que possibilitou a empresa a crescer Opex abaixo da inflação no trimestre.
Além disso, as Despesas Gerais e Administrativas Normalizadas apresentaram queda de 3,3% a/a e cresceram 7,2% t/t, enquanto o Custo de Mercadorias Vendidas aumentou 27,1% a/a e 6,8% t/t. Já as Provisões para Devedores Duvidosos caíram 6,8% a/a e aumentaram 10,5% t/t, refletindo uma melhoria na qualidade da aquisição de clientes.
Com a aquisição da base móvel da Oi, a TIM teve de arcar com maiores custos operacionais também por conta do TSA. O fim desse acordo ajudou na redução de custos que, nesse trimestre, foi refletida pela queda de 7,9% a/a e pequeno aumento de 3,9% t/t da linha de Comercialização e Publicidade.
De modo geral, acreditamos que a TIM tenha apresentado um bom desempenho e conseguido continuar em uma trajetória de controle de custos com crescimento de receita considerável, além uma diminuição de 6,8% a/a na inadimplência como consequência.
Lucro surpreende, beneficiado por menor D&A
A empresa registrou um lucro de R$724m, com um forte crescimento de 13,4% t/t e 52,9% a/a. Esse desempenho positivo foi impulsionado por uma redução na depreciação devido a uma menor amortização de softwares, revisão da vida útil dos ativos da Oi e redução na depreciação de direitos de uso de arrendamentos do IFRS 16, resultando em uma queda de 4,3% t/t e 6,5% a/a. O aumento do IR no trimestre se deve principalmente ao lucro antes dos tributos significativamente maior e a uma ligeira redução na distribuição de JCP em comparação com o ano anterior.
Capex cresce 2,1% a/a
No 3T23, o Capex alcançou R$998m, refletindo um aumento de 2,1% a/a. Esse aumento se deve, principalmente, aos maiores investimentos destinados à área de TI e Outros, devido a projetos de infraestrutura da empresa. Como resultado, a proporção de Capex em relação à Receita Líquida Normalizada foi de 16,5% vs. 17,4% 3T22, representando uma redução de 0,9pp a/a.