Resumo
A TOTVS reportou seu resultado no dia 09/05, após o fechamento do mercado. A receita veio em linha as nossas estimativas, apresentando um crescimento sólido de 17,2% a/a (+1,0% vs. Genial Est), impulsionado pela (i) receita recorrente da dimensão Gestão (+17,0% a/a; 4,0% t/t) e (ii) aumento anual considerável de 47,0% na receita de Business Performance. Além disso, o EBITDA Ajustado da companhia foi de R$ 306,6m (+6,7% vs. Genial Est), apresentando crescimento de 9,9% a/a, atingindo uma margem de 24,0% e queda na margem de 1,6p.p a/a devido ao (i) menor volume de receitas advindo do modelo corporativo, (ii) crescimento assimétrico da despesa de vendas frente ao crescimento da receita, ocasionado pelo baixo IGP-M do período e (iii) impacto negativo da dimensão Techfin. No 1T24, a empresa registou lucro líquido de R$ 141,3m, chegando à margem líquida de 11,0% (+0,1p.p a/a;-1,7p.p t/t). Sendo assim, seguimos com nossa recomendação de Compra, com preço-alvo de R$37,00.
Análise do Resultado
Gestão
A dimensão Gestão apresentou receita líquida de R$ 1,1b (0,5% vs. Genial Est), representando crescimento anual de 14,6% impulsionado principalmente pela manutenção do bom ritmo de aumento da linha de recorrente de R$ 956,4m (+17,0% a/a; 4,0% t/t). Nesta categoria, destacamos o desempenho das novas vendas de Saas e da receita advinda de Cloud, as quais registraram crescimento de 32,0% e 30,0% ao ano, respectivamente. Além disso, elencamos também como fator positivo na receita o alcance da taxa de renovação de 98,7% (+0,72 p.p a/a; +1,15 p.p t/t) e crescimento anual de 16,8% no ARR, sendo R$ 196,0m de Adição Líquida com R$142,0m orgânicos (+10,0% a/a). Como previsto, devido à queda do modelo corporativo na linha de licenças, a receita de não recorrente apresentou crescimento fraco de 2,1% ao ano, atingindo o valor de R$161,6m (-0,4% vs. Genial Est). Isso se deve principalmente à (i) desaceleração no crescimento do número de empresas adotando o modelo corporativo e no (ii) declínio da inflação no período.
No 1T24 a dimensão alcançou a margem bruta de 71,4% (-0,2p.p vs. Genial Est), atingindo volume total de R$798,7m (12,9% a/a; 5,6% t/t). A partir do crescimento trimestral de 0,63p.p da margem, percebemos uma leve recuperação do resultado negativo realizado pela Dimensa no 4T23. Todavia, apesar do impacto da Dimensa ter sido diluído, a dimensão Gestão apresentou queda anual de 1,06p.p na margem bruta por efeito da menor proporção da receita do modelo corporativo, uma vez que está linha apresenta maior margem para empresa e pelo seu crescimento tímido de 2,1% ao ano neste trimestre.
O EBITDA Ajustado chegou a R$297,3b (+5,3% vs. Genial Est) e apresentando margem de 26,6% (-1,42p.p a/a; 2,73p.p t/t). Como principais fatores para a queda da margem EBITDA, destacamos o (i) crescimento desigual entre a despesa de vendas (+18,4% a/a) e o crescimento da receita líquida da dimensão (14,6% a/a), dado o menor IGP-M acumulado dos últimos 12 meses e desbalanceamento no reajuste dos preços cobrados; (ii) maior gasto com a retomada dos eventos presenciais e (iii) ainda integração das duas recentes franquias adquiridas (TRS e IP) no 1T24. Entendemos que as margens do 1T24 se destoaram do ritmo histórico dos primeiros trimestres da companhia, porém enxergarmos uma diluição para os próximos trimestres a ponto de manter a margem equivalente de anos passados.
Business performance
Mantendo um bom ritmo de crescimento, a dimensão Business Performance apresentou receita líquida de R$ 129,7m (-5,9% vs. Genial Est), representando crescimento de 47,7% a/a. Como principal responsável pelo desempenho, destacamos a estratégia multiproduto, proporcionando maior nível de cross-sell/up-sell dentro da dimensão e empresa como um todo.
No 1T24, o lucro bruto atingiu R$98,1m (-3,5% vs. Genial Est). Apesar do crescimento da dimensão, o lucro bruto atingiu R$98,1b e com queda na margem bruta de 1,48p.p a/a devido especialmente a incorporação das operações da Lexos e Exact Sales, as quais possuem atualmente margem inferior aos produtos core da dimensão Business Performance. Além disso, fruto do ganho de escala fortemente associado a performance das operações mais consolidadas, a dimensão apresentou EBITDA Ajustado de R$9,5m (+54% vs. Genial Est) e com margem chegando a 7,3% (+3,16p.p a/a; +5,52p.p a/a).
Techfin
A receita líquida de Techfin foi de R$ 63,0m (+10,2% vs. Genial Est), representando crescimento anual de 15,7%. Observamos uma melhor eficiência no custo de funding da dimensão, atingindo 36,7% da receita líquida (-8,7p.p a/a; -1,8p.p t/t) devido a (i) melhor otimização do caixa, (ii) declínio da taxa Selic do período e (iii) modificação do mix do custo de funding.
Além disso, o lucro bruto apresentado foi R$ 53,8m (+16,1% vs. Genial Est) e com margem de 85,4% (-2,7p.p a/a; -0,1p.p t/t), representando um cenário desfavorável na margem por efeito do crescimento da receita líquida de funding (15,7% a/a) assimétrico com crescimento dos custos operacionais (42,9% a/a). No 1T24 a dimensão Techfin não conseguiu alcançar o breakeven, atingindo EBITDA Ajustado de -R$0,5m (-71,5% vs. Genial Est) e registrando margem de -0,8% (-8,0p.p a/a; -3,9p.p t/t). Apresentando queda devido a (i) menor receita líquida de funding e (ii) pior dinâmica das despesas em relação a receita líquida de funding.
Consolidado
No resultado consolidado a TOTVS reportou receita líquida de R$ 1,3b (+1,0% vs. Genial Est), apresentando um crescimento sólido de 17,2% ao ano baseado (i) nos resultados resilientes da dimensão Gestão, em especial as receitas recorrentes e (ii) crescimento anual expressivo de 47,0% de Business Performance e (iii) impacto menos representativo da dimensão Techin (4,9% da receita).
A empresa apresentou lucro bruto de R$ 923,7m (+0,7% vs. Genial Est) e com margem de 72,2% (-1,0p.p a/a; +0,4p.p t/t) sendo influenciada negativamente nesse trimestre pela (i) desaceleração na receita do modelo corporativo e (ii) assimetria do crescimento dos custos operacionais em função da receita líquida de funding na dimensão Techfin. A linha do EBITDA Ajustado chegou a R$ 306,6m (6,7% vs. Genial Est), representando um crescimento de 9,9% no ano. Todavia, a margem apresentada foi de 24,0% (-1,6p.p a/a; -2,9p.p t/t), apresentando uma queda a/a devido ao (i) crescimento assimétrico da despesa de vendas frente ao crescimento da receita, ocasionado pelo baixo IGP-M do período, (ii) menor representatividade da receita do modelo corporativo na receita total da companhia e (iii) impacto resultado negativo da dimensão Techfin. No lucro líquido, empresa reportou R$141,3m (-16,7% vs. Genial), apresentando margem líquida de 11,0% (+0,1p.p a/a; -1,7p.p t/t), impactado por um imposto acima das nossas expectativas.
