Problemas estruturais: contexto para o resultado de 2T24
A Viveo está enfrentando um momento turbulento, fruto de problemas estruturais na empresa. Seu modelo de negócios de distribuição de medicamentos passa por um momento de reestruturação, resultando em dificuldades para a geração de caixa. Essa reestruturação é fruto de perda de eficiência operacional que levaram a contratação de consultorias para melhora operacional. Esse processo de reestruturação inclui (i) o reequilíbrio do ciclo de caixa, (ii) a gestão eficiente de seu capital de giro e (iii) a desalavancagem financeira. Todavia, essas iniciativas ainda não surtiram os efeitos desejados.
Para superar esses obstáculos, a empresa tem buscado controlar melhor seu nível de estoque, além de priorizar as vendas de produtos com melhores margens (melhorando o efeito mix) e reduzir os gastos com frete, que atualmente representam a maior despesa da companhia. Ademais, efeitos macroeconômicos do mercado, mudanças fiscais e deflação de medicamentos tornam o cenário atual da VVEO3 ainda mais desafiador.
Prévia do resultado 2T24
Acreditamos que o resultado do 2T24 de Viveo será negativo, com uma redução da receita líquida, atingindo R$ 2921m (-1,3% t/t). A dinâmica trimestral mais fraca deve ser resultado de um reajuste nacional dos preços de medicamentos, permitido pela CMED, que ocorre no final de março, reduzindo o volume de vendas para os clientes da distribuidora nos meses subsequentes.
Mesmo com uma receita líquida menor, devemos observar nesse trimestre uma melhora na margem bruta e na margem EBITDA para 16,2% (+ 2,7 p.p. t/t) e 7,1% (+2,5 p.p. t/t), respectivamente, justificado pelo reajuste de preços. No entanto, esperamos uma redução de margens na comparação anual, explicado pelo impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, onde a empresa contava com um importante Centro de Distribuição (CD). Isso potencialmente resultou em um maior custo logístico para a Viveo e uma piora no mix dos produtos, já que este CD focava em operações de diálise, que possuem margens altas.
Acreditamos que a Viveo no curto prazo está passando por um momento de recuperação, mas mantemos nosso posicionamento em relação à tese de longo prazo da empresa. Portanto, reiteramos nossa recomendação de MANTER com preço-alvo de R$ 8,00