A Viveo divulgou hoje (12/08) seu relatório de resultados do 2T24, e nossa avaliação é negativa. A empresa registrou uma contração trimestral em sua receita líquida, atribuída à redução no volume de vendas e pelo repasse de preços nos produtos. Além disso, os custos e despesas cresceram na comparação anual, principalmente devido a maiores custos logísticos e despesas associadas a estratégia de vendas no canal varejista, o que prejudicou sua eficiência operacional. Por outro lado, a companhia voltou a apresentar geração de caixa positiva em suas operações, um ponto positivo crucial considerando o atual momento da companhia.
Como líder do mercado de distribuição de medicamentos, acreditamos na tese de consolidação do mercado de Viveo. No entanto, entendemos que a empresa está passando por um momento de recuperação. Portanto, mantemos nossa recomendação de MANTER com um preço-alvo de R$ 8,00
Receita Líquida: volume prejudica t/t
A receita da companhia alcançou R$ 2,75 bilhões, registrando um aumento anual de 8,7%, mas uma queda trimestral de 6,9%. O crescimento anual é atribuído ao sólido desempenho do canal de Laboratórios e Vacinas (+20,6% a/a), impulsionado pelo maior volume de vacinas e pelo aumento do ticket médio, além do avanço no segmento de hospitais e clínicas (+10,6% a/a), favorecido pelo incremento na venda de medicamentos de alto custo, materiais e nutrição.
Por outro lado, a queda trimestral pode ser atribuída à redução no volume de vendas em abril e maio, decorrente da antecipação de estoques por parte dos clientes da distribuidora em resposta ao reajuste nacional de medicamentos autorizado pela CMED, que ocorreu no final de março.
Custos e despesas: crescimento acima da inflação
No 2T24 a Viveo apresentou uma queda de 3,5 pp na margem bruta para 14,4%, refletindo uma perda de eficiência operacional. Essa deterioração é atribuída a menores reajustes da CMED (5,6% em 2023 vs 4,5% em 2024), ao aumento da representatividade de produtos com margens menos atraentes, o que piorou o efeito mix, e ao impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, onde a empresa contava com um importante Centro de Distribuição (CD), elevando os custos logísticos para a VVEO3.
O aumento das despesas gerais no 2T24 foi impulsionado por um significativo crescimento nas despesas com vendas (+49,7% a/a). Esse avanço decorre principalmente dos maiores custos com frete e das despesas associadas a estratégia de vendas no canal de varejo.
Lucro líquido: negativo!
O prejuízo líquido ajustado no 2T24 foi de R$ -5m, marcando uma queda de 107,5% a/a. Esse resultado negativo reflete a redução na receita da empresa, combinada com a aceleração das despesas operacionais, o que avaliamos como negativo.
Fluxo de caixa: surpresa positiva!
A Viveo registrou uma geração de caixa operacional positivo, que ficou em R$ 259m. Essa melhora em relação aos trimestres anteriores reflete as iniciativas da empresa para ajustar o capital de giro, que estão começando a gerar resultados positivos.
Acreditamos que a Viveo está enfrentando um período turbulento no curto prazo, mas mantemos nossa visão positiva em relação à tese de longo prazo da empresa e esperamos uma recuperação nos próximos trimestres. Portanto, reiteramos nossa recomendação de MANTER, com um preço-alvo de R$ 8,00.