INTERNACIONAL
Ativos globais oscilaram nessa semana entre o otimismo de uma expectativa de queda dos juros em 2023 nos EUA e que levaria a um “Pouso Suave”. E o sentimento de que os juros devem permanecer elevados por mais tempo, que é defendido por membros do FOMC, devido aos desafios de uma inflação ainda alta e um mercado de trabalho resiliente.

A próxima semana nos trará os dados de inflação da economia americana, e acreditamos que será um dos eventos mais aguardados pelo investidor global. Seguimos com visão cautelosa, acreditando que ainda há espaço para uma correção das ações nos EUA e Europa.
BRASIL: Macroeconomia
IPCA (jan/23): Inflação desacelera para 0,53% m/m, acumulando alta de 5,77% em doze meses
O IPCA de janeiro desacelerou para 0,53% m/m, um pouco abaixo da mediana das projeções. Em janeiro, os núcleos de inflação acompanhados pelo banco central apresentaram sinais truncados, sem apontar numa direção clara. Confira a análise.
Vendas no Varejo (dez/22): Setor varejista recua 2,6% com cenário econômico mais adverso
Em dezembro, o volume de vendas no setor varejista recuou 2,6% m/m, vindo significativamente pior que o consenso de mercado que aguardava por uma contração de 0,8% m/m e próximo do piso das projeções de -2,9% m/m.
Setor de Serviços (dez/22): Em dezembro, o setor de serviços apresentou alta de 3,1% m/m frente ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, vindo acima do teto das previsões do mercado de 2,2% m/m (Broadcast+). Na comparação interanual, houve avanço de 6,0% a/a, o vigésimo segundo avanço consecutivo. Com este resultado, o volume de serviços se expandiu 8,3% em relação ao ano de 2021. Embora o resultado de dezembro tenha apontado para um robusto avanço dos serviços, no acumulado em 12 meses é possível observar perda de dinamismo do setor ao sair de alta de 8,7% em novembro para 8,3% em dezembro, refletindo os impactos da política monetária contracionista.
BRASIL: Efeito Juros
A semana foi de volatilidade para os juros e o dólar com mais declarações do governo sobre a atual política monetária e a figura do Banco Central Brasileiro. A Bloomberg trouxe recentemente que a equipe econômica estaria estudando antecipar a revisão das metas de inflação, possivelmente elevando a meta, na tentativa de acalmar as tensões entre BC e Lula, e assim levando a uma movimento de abertura da curva de juros, com mercado estimando Selic em patamar elevado por mais tempo. Esse movimento fez com os juros mais longos se aproximassem das máximas dos últimos 12 meses.
Dados que mostram uma perda de momento da economia brasileira mais um ambiente de volatilidade e ruído pressionando câmbio e juros, tornam o cenário doméstico desafiador. Estamos com viés negativo e exposição reduzida.
BRASIL: Temporada de Balanços
Aeris (AERI3) | 4T22: Ventos contrários frustram guidance: Em linhas gerais, achamos o resultado neutro. O trimestre foi marcado por um repasse de preços acima de nossas expectativas, contrabalanceado por reduções no volume de MW entregue. Mesmo ainda abaixo do seu guidance divulgado para 2022, a Aeris reportou seu melhor trimestre do ano em termos de receita.
BB Seguridade (BBSE3) | A BB Seguridade apresentou um lucro líquido de R$ 1,8b, basicamente em linha de nossas estimativas e 10,7% acima das expectativas do mercado. Mais importante que o 4T22 foi a divulgação do guidance para 2023 que veio um pouco mais conservador, porém acreditamos que 2023 deve ser um bom ano para a empresa.
Bradesco (BBDC4) | Fraco 4T22: Americanas derruba ROE para 4% e Guidance 2023 é desanimador: Com o provisionamento de 100% da dívida tóxica de Americanas de R$ 4,8b no 4T22, o lucro do Bradesco despencou -69,5% t/t e -75,9% a/a. Não bastasse, o guidance anunciado para 2023 enfraquece qualquer esperança de uma recuperação rápida.
BrasilAgro (AGRO3) | Apesar de um desempenho ruim no trimestre, entendemos que os impactos são por eventos não recorrentes e externos, e estamos otimistas com o cenário para commodities e para o mercado imobiliário rural.
Itaú (ITUB4) | Resultado 4T22: Com um ROE de 19,3% e lucro de R$ 7,7b no 4T22, o resultado do Itaú veio um pouco menor que nossas expectativas. Mas o resultado não foi fraco. Muito pelo contrário, o banco provisionou 100% de sua exposição aos créditos tóxicos de Americanas. Com o balanço limpo, a agenda volta ser de crescimento. Na nossa simulação do novo guidance, chegamos a um lucro de R$ 35,9b em 2023, crescimento de +16,8% a/a e ROE de 20,7% no meio da faixa do guidance.
Multiplan (MULT3) | Resultados fortes; Premium e descontada: O resultado de Multiplan foi positivo, porém muito dentro do esperado e já parcialmente antecipado pela prévia. A divulgação dos números de vendas de janeiro, que vieram fortes, são uma boa notícia para o mercado. Confira tudo em nosso relatório!
Porto (PSSA3) | Demorou, mas chegou. O melhor tri da história! A Porto reportou um lucro líquido recorrente de R$ 556m, acima das nossas expectativas em +31,5% e bem acima do esperado pelo mercado em +46%. A consolidação da melhora nos resultados nos faz ficar mais confiantes de uma melhora mais substancial em 2023.
TIM (TIMS3) | 4T22: Presente de grego: A TIM divulgou seu resultado do 4T22 ontem, dia 09/02/2023. Os números vieram em linha com o esperado, com o operacional ainda sólido, principalmente na geração de receita. Porém, vemos a Companhia desacelerando a geração de caixa justamente por conta das consequências negativas de curto prazo da aquisição da Oi Móvel e do leilão 5G.
PRÉVIAS: Temporada de Balanços
Banco do Brasil (BBAS3) | Com resultados sólidos e rentabilidade acima de vários pares privados, esperamos que o Banco do Brasil (BB) caminhe para mais um ano com um bom desempenho. Acreditamos que o BB continue rodando com um ROE de 18-20% ao longo de 2023, ainda entendemos que risco de ingerência política hoje é menor que em 2012.
JSLG3 e SIMH3 | Esperamos mais um trimestre positivo para o setor de logística. Apesar de historicamente a sazonalidade pesar contra os volumes transportados nos segmentos como autopeças e transporte de veículos, os níveis fortes de produção nos indicam que o 4T22 deve ser melhor do que o esperado. Além disso, esperamos que o forte aumento de volumes no segmento de bebidas ajude a compensar um varejo mais fraco.
SLCE3, SOJA3 e AGRO3 | Apesar do cenário de incerteza econômica global, estamos otimistas com as empresas agrícolas, devido a atual conjuntura macro que está favorecendo-as.
RAPT4 e TUPY3 | Esperamos um trimestre neutro para o setor de autopeças, com alguns pontos positivos equilibrando o que naturalmente é um trimestre mais fraco por conta da sazonalidade. Além de um enfraquecimento na demanda, o trimestre costuma ter menor uma quantidade de dias úteis, que, somados, reduzem a produção de veículos e implementos e a diluição de custos fixos.
Vivo (VIVT3) | A Vivo irá divulgar seu resultado do 4T22 no dia 15/02/2023. A nossa expectativa é que os números apresentados sejam positivos, demonstrando uma continuação dos trabalhos, principalmente em relação a consolidação da base adquirida da Oi Móvel. Ainda assim, projetamos o setor de Telecom como um todo sofrendo mais em 2023. A Vivo não será exceção, mas a intensidade pode ser diferente.