Resumo da obra
A companhia incorporou em grande medida os números mais fracos da mineração, deslocando o resultado consolidado como um todo, conforme discutimos no Relatório de Prévia 2T22. A parte siderúrgica permaneceu relativamente estável frente ao 1T22, sem grandes novidades, exceto pelas maiores pressões de custos.
O segmento de cimentos foi o grande destaque se beneficiando da forte demanda e de preços mais elevados em virtude do reajuste de preços no 2T22. Classificamos o resultado como levemente negativo, tendo em vista as maiores pressões de custos e o lucro inferior, sobretudo por um operacional mais fraco do lado da mineração.
Detalhamento Operacional
Receita
Siderurgia. Para o lado da receita deste segmento, o volume vendido foi de 1066 Kt (-7,8% t/t e -16,8% a/a) inferior ao trimestre anterior, com uma compensação do lado dos preços, conforme vimos os repasses de preços da ordem de 20% em abril para aços planos. Dessa forma, a receita siderúrgica totalizou R$ 7,7b (-2,2% t/t e -5,4% a/a), relativamente estável.
Mineração. O destaque negativo para a CSN se deu neste segmento, com receita mais baixa e custos relativamente altos, reduzindo as margens. Não deixe de ler o relatório da CSN Mineração (CMIN3)| Resultado 2T22.
Cimento. Destaque positivo após o aumento dos preços de +20% no 2T22, o que propiciou um aumento significativo em termos de receita, impulsionados sobretudo pelos lançamentos imobiliários do ano passado e as pequenas obras de varejo, totalizando R$ 475m (+23,1% t/t e +38,6% a/a).
Consolidado. No geral, os efeitos da mineração se sobressaíram na ponta negativa, sendo parcialmente compensada pela boa performance do segmento de cimentos. Assim, a empresa reportou uma receita total de R$ 10,6b (-10,2% t/t e -31,4% a/a).
Custos
A fraca diluição dos custos fixos na mineração, juntamente com os maiores custos ferroviários agravados pelo aumento dos custos com diesel, bem como os elevados níveis das matérias-primas do aço foram os principais destaques dentro dos custos da companhia.
Considerando ainda os preços dos insumos siderúrgicos de maneira geral (minério de ferro e carvão), o começo do trimestre ainda foi bastante desafiador, mesmo com o arrefecimento dos níveis de preço do meio para o fim do tri. Dessa forma, a empresa reportou um custo-caixa total de R$ -6,9b (+4,0% t/t e +4,7% a/a).
Despesas
É importante mencionar que dentro das linhas de despesas, a empresa somou R$ -1,2b (+33,1% t/t e +5,3% a/a), impactado por uma maior atividade comercial no período para mineração e cimentos, culminando em maiores gastos com fretes.
Isso engloba também as linhas de “outras receitas/despesas operacionais” no valor de R$ -638m, impactado sobretudo pelo resultado das operações de hedge accouting de fluxo de caixa que somou R$ -342m no período.
EBITDA e Lucro
Como reflexo de uma queda de receita mais acentuada que a de custos, o EBITDA da companhia atingiu R$ 3,3b (-30,8% t/t e -60,1% a/a) com uma compressão de margem EBITDA indo para os 30,9% (-9,2 pp t/t e -22,2 pp a/a).
Por fim, o lucro atingiu R$ 369m (-72,9% t/t e -93,3% a/a), com uma margem líquida de 3,5% (-8,1 pp t/t e -32,3 pp a/a).
Vale ressaltar que grande parte dessa redução do lucro líquido se deve a uma maior pressão do resultado financeiro (cerca de R$ -890m), uma vez que a companhia contabiliza dentro desta linha o resultado de suas participações dentro da Usiminas, cujas ações tiveram fortes quedas ao longo do 2T22. Por exemplo, a USIM5 saiu de R$ 13,97/ação no 1T22 para R$ 8,65/ação (-38,1%) no 2T22, enquanto a USIM3 foi de R$ 13,04/ação para R$ 8,21/ação (-37%).
Endividamento
Com uma dívida bruta total de R$ 34,8b e um caixa de R$ 14,9b, a empresa possui o indicador de alavancagem Dívida Líquida/EBITDA 12M = 1,1x, resultado de alguns fatores, tais como: variação cambial, pagamento de dividendos e JCP, além da aquisição das PCHs Santa Ana e Sacre.