Oi

    Ações > Telecom > Oi > Relatório > Oi (OIBR3) | 1T22: Resultados bons e mudança de recomendação!

    Publicado em 29 de Junho às 03:34:36

    Oi (OIBR3) | 1T22: Resultados bons e mudança de recomendação!

    Julgamos o resultado como positivo. Do lado operacional, apresentou melhoras de margem na comparação anual corroborada por uma redução eficaz de custos, sem contar a forte expansão dentro do mercado de fibra. Ainda, alteramos nossa recomendação de MANTER para COMPRAR, com preço-alvo de R$ 1,10 (potencial upside de +103,7%).

    Um pouco mais do operacional

    Receita

    A empresa apresentou uma receita total de R$ 4,4b (+3,4% t/t e +0,9% a/a) resultado de uma melhora sobretudo nos números residenciais.

    Por exemplo, nos números de fibra óptica residencial cuja receita foi de R$ 851m (+6,3% t/t e +51,9% a/a). Ainda, as UGRs (unidades geradoras de receita) em fibra residencial atingiram 6,6m (+3,7% t/t e +40,7% a/a). Ao mesmo tempo, a tendência de substituição de tecnologias antigas por mais modernas continuam, com a participação do cobre residencial caindo para R$ 131m (-32,2% t/t e -45,8% a/a).

    No B2B atingiu-se R$ 820m (-10,8% t/t e -6,8% a/a), resultado de uma queda de todas as linhas principais: Oi Soluções, Pequenas Empresas e Atacado. A queda é justificada em grande parte pelo cenário macroeconômico mais desafiador, com reduções de preços de renegociações de contratos de produtos legados com empresas e governos. Porém, a parte de TI tende a ser um importante suporte adicionando valor através da evolução do seu portfólio de serviços e o incremento de novas soluções digitais.

    Evidenciado o desenvolvimento da fibra de modo geral, observou-se um forte crescimento no número de HPs (casas passadas) para 15,6m (+7,4% t/t e +48,7% a/a) juntamente com o de HCs (casas conectadas) que totalizou 3,5m (+4,6% t/t e +42,9% a/a), resultando numa adesão média (take up) de 22,6%.

    Custos

    A empresa teve custos de R$ 3,2b (+6,9% t/t e -4,6% a/a), uma boa resposta na comparação anual tendo em vista os grandes esforços em redução de custos, simplificação de processos, aumento de eficiência e transformação digital. As principais linhas afetadas por essas medidas foram pessoal e serviços de terceiros, mas foram parcialmente compensadas pelos maiores gastos com aluguéis e seguros (reajustes contratuais) e contingências, tributos e outros (menor recuperação de despesas no período).

    EBITDA

    A empresa reportou um EBITDA de R$ 1,3b (-22,3% t/t e +9,9% a/a), marcado justamente pela maior queda relativa dos custos frente à receita, com a Oi colhendo os frutos de suas políticas de reduções de gastos em meio a um período de grandes pressões inflacionárias. A margem EBITDA atingida foi de 28,4% (-6,9 pp t/t e +2,8 pp a/a).

    Lucro

    Com base no nosso cenário estimado na época para o 1T22, a perspectiva para o dólar foi diferente da observada. Desse modo, observou-se uma valorização do real frente ao dólar de +15,10%, o que gerou uma reversão de despesas financeiras, o que gerou um resultado financeiro líquido positivo de +R$ 1,87b. Com isso, a empresa registrou um lucro de R$ 1,78b (vs prejuízo de R$ -1,67b no 4T21).

    Mudança de recomendação: de MANTER para COMPRAR

    A alteração do rating foi muito mais baseada na forte desvalorização da ação ao longo do ano, ao mesmo tempo em que os grandes riscos regulatórios foram superados e a questão da dívida passa a ser endereçada. Um dos principais entraves para a entrada dos investidores é a questão da Recuperação Judicial e a saída do processo se mostra cada vez mais próxima, minimizando significativamente os riscos de falência.

    A queda na participação da Oi na V.tal, onde enxergamos que seja a principal fonte de valor do que resta da Oi, fez com que revisitássemos o valuation da companhia, Desse modo, sair de uma participação de 42,1% para 34,7% na V.tal, além de outros fatores, tiveram um impacto de R$ 0,10 no nosso preço-alvo. Dessa forma, nossa recomendação se torna de COMPRAR com Preço-Alvo de R$ 1,10 (potencial upside de +103,7%).

    Eventos relevantes do 2T22

    Venda da UPI Ativos Móveis (Oi Móvel)

    Após a aprovação da Anatel em janeiro e do Cade em fevereiro, em 20 de abril de 2022 se deu o closing da venda da Oi Móvel para as compradoras TIM, Vivo e Claro, dando assim andamento a um dos principais pilares de seu plano de Recuperação Judicial. O preço de fechamento ajustado da operação foi de R$ 15,9b (frente a um preço base de R$ 15,7 bi somado a alguns ajustes), sendo que, nessa mesma data as compradoras realizaram em conjunto o pagamento de um montante de R$ 14,5b (preço de fechamento ajustado da operação).

    Com isso, 10% do valor total (aproximadamente R$ 1,5 bi) foram retidos pelas compradoras por um período de até 120 dias por conta de possíveis ajustes futuros decorrentes de compensações que a Oi possa ter que vir a pagar por conta de certas obrigações e indenizações previstas em Contrato.

    Com a conclusão dessa operação a empresa foi capaz de quitar, integralmente, sua dívida junto ao BNDES num valor de R$ 4,64b, além de realizar o pagamento, de forma antecipada, do valor de R$ 2,36b referente à segunda emissão de debêntures da Oi Móvel. O valor adicionado por meio dessa operação ainda possibilitou o encerramento por parte da companhia da oferta pública mandatória para o “Bond” sênior 2026, e assim, com uma adesão de 98,71% do total do principal em circulação, foi possível reduzir cerca de R$ 4,1b associados a essa dívida.

    Venda do controle da antiga InfraCo (V.tal)

    Após a anuência prévia concedida pela Anatel em maio (frente ao cumprimento de determinadas condicionantes), em 9 de junho de 2022 ocorreu o fechamento da operação de alienação parcial da UPI InfraCo (V.tal) para o grupo BTG. O fechamento dessa transação foi um passo importante para a empresa que visualiza a saída da Recuperação Judicial, sendo que o valor recebido nas primeiras parcelas da operação possibilitaram a quitação integral do montante atualizado de R$ 3,53b associado às debêntures conversíveis da V.tal. Mais detalhes estão destacados neste relatório: link.

    Dívida com a Anatel

    A empresa em 31/maio celebrou com a Anatel um instrumento de repactuação e transação acerta de débitos não tributários no valor de R$ 20,2b que, após um desconto de 54,99% e quitando parte do valor via depósitos judiciais convertidos em renda e apropriados pela Anatel, resultado um salvo devedor de R$ 7,3b que deverá ser quitado em 126 parcelas não lineares, a 1a delas com vecimento no mês da assinatura do acordo e a 2a após o período de 6 meses de carência.

    Os detalhes e a importância disso estão destacados neste relatório: link.

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir