Resumo
A Oi (OIBR3) divulgou seu resultado após o fechamento do mercado. A empresa apresentou mais um resultado fraco, abaixo das nossas expectativas. A companhia não mostra sinais de melhoras e se encontra em uma situação extremamente complicada, com uma dívida líquida de R$20,9b e sem geração de caixa. Sendo assim, estamos mantendo nossa recomendação de VENDER e reduzindo o preço-alvo de R$1,40 para R$1,00.
Análise do Resultado
Receita líquida apresenta queda sequencial (-4,3% t/t). A Oi apresentou receita líquida consolidada de R$2,5b (-4,8% vs. Genial Est.), uma queda de 4,3% t/t e 42,6% a/a. A receita das operações brasileiras apresentou queda de 42,9% a/a e de 4,3% t/t. O resultado foi impactado pela redução das receitas de operações descontinuadas, após a conclusão das vendas do segmento de mobilidade e da UPI Infra. As operações da Nova Oi apresentaram crescimento de 4,8% a/a e queda de 4,1% t/t no 1T23, estimulado pelos serviços core (Oi Fibra e Oi Soluções).
Custos acima do esperado (2,0% vs. Genial Est.). No 1T23, os custos e despesas apresentaram redução de 27,2% a/a e crescimento de 2,2% t/t, ficando acima das nossas expectativas (+2,0% vs. Genial Est.). Os custos e despesas das operações brasileiras apresentaram queda de 26,9% a/a e aumento de 1,7% t/t. Essa queda contra o ano passado é resultado de adoção de políticas mais eficientes e da alienação da operação de mobilidade e infraestrutura de fibra. Isso eliminou os custos associados a essas operações, apesar do incremento das despesas decorrentes do novo modelo operacional na fibra que aumentou os custos e despesas em aluguéis e seguros.
Forte queda de EBITDA da operação Brasil (-84,2% a/a; -44,0 t/t). A empresa reportou um EBITDA de rotina de R$ 234m (-42,5% vs Genial Est.), uma queda de 40,9% t/t e 81,3 a/a. O principal fator para a queda de EBITDA foi a operação brasileira, que fechou o trimestre em R$ 193m, apresentando redução de 84,2% a/a e 44,0% t/t. A diminuição observada, quando comparada ao ano anterior, é resultado da conclusão da venda das atividades de mobilidade e infraestrutura de fibra. Já na comparação trimestral, essa redução pode ser atribuída à maior lucratividade sazonal no quarto trimestre de 2022.
Resultado financeiro impactado por outras receitas e despesa. A Oi apresentou um resultado financeiro de R$-1,15b, um aumento de 81,9% t/t. Essa queda se dá por um aumento das outras despesas financeiras, devido (i) atualizações monetárias sobre contingências e (ii) aumento de juros sobre outros passivos.
Lucro líquido abaixo das expectativas (-7,5% vs Genial Est.). O lucro líquido da Oi no 1T23, foi de R$-1,3b uma queda de -178,1% a/a, impactada pela venda de suas operações.
Outros destaques
Queima de caixa de R$-1,4b. A empresa fechou o trimestre com um caixa de R$1,8b, uma queda de 44%. O principal motivo dessa queda foi o capital de giro, devido a sazonalidade de pagamentos a fornecedores e despesas rescisórias.
Endividamento aumentando 2,0% t/t. O endividamento líquido apresentou um pequeno aumento de 2,0% t/t, atingindo o valor de R$20,9b devido aos juros do período e a valorização do Real vs Dólar.
Desembolso da primeira tranche do DIP Loan. Vemos essa noticía como positiva, já que os US$200m vão trazer um alívio para a empresa, porém ainda está longe do valor necessário para recuperar a empresa.
DIP Loan, “debtor-in-possession” em ingles, se trata de um empréstimo concedido durante o processo de recuperação judicial da empresa
