A Oi (OIBR3) divulgou seus resultados após o fechamento do mercado. A empresa apresentou um desempenho fraco, aquém das nossas expectativas, sem indícios de melhora. A empresa encontra-se em uma situação extremamente complicada, com queima de caixa e endividamento exorbitante (R$22,7 bilhões) e sem perspectivas de recuperação. Portanto, estamos mantendo nossa recomendação de VENDA, porém estamos reduzindo o preço-alvo de R$0,90 para R$0,60.
Análise do Resultado
DRE 3T23
Receita Líquida vem abaixo
No terceiro trimestre de 2023, a receita líquida total da Nova Oi alcançou R$2,1 bilhões. Esse resultado reflete a dinâmica do desempenho da empresa, com uma queda notável nas receitas dos serviços legados de voz e dados, assim como da TV DTH. Contudo, esse declínio foi parcialmente compensado pelo crescimento na Oi Fibra e nas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na Oi Soluções.
Vale destacar que as receitas provenientes dos serviços core, excluindo os legados de voz, dados e TV DTH, representam agora 90% do total da receita da Nova Oi. Além disso, a linha veio 3,2% abaixo das nossas expectativas.
EBITDA vira negativo
No terceiro trimestre de 2023, a Oi enfrentou resultados desfavoráveis, com custos e despesas de rotina atingindo R$2,7 bilhões, representando um aumento significativo de 8,0% em relação ao ano anterior e 18,3% trimestralmente.
A redução nas despesas com pessoal, interconexão e serviços de terceiros foi contrabalanceada pelo aumento nos custos de manutenção de rede, aluguel e seguros.
O EBITDA da Oi no terceiro trimestre de 2023 reflete uma realidade desafiadora, encerrando o período negativo em R$330 milhões. Tal resultado representa uma queda tanto na comparação anual quanto na trimestral, em -348,6% t/t e -297,5% a/a.
O crescimento dos custos de aluguel de rede para suporte ao crescimento da operação de fibra também contribuiu para esse cenário desfavorável.
Lucro decepciona novamente
O resultado financeiro da Companhia avançou 339,1% t/t e 23,4% a/a, terminando o trimestre em aproximadamente -R$2,5b. Houve uma piora na variação cambial e o financiamento DIP aumentou a dívida em dólar da Companhia, dois fatores que impactaram o resultado negativamente.
A Oi terminou outro trimestre em prejuízo líquido, que atingiu -R$2,8b, uma queda de -12,7% a/a e um aumento de 235,2% t/t.
A Oi continua endividada e queimando caixa
A Companhia terminou o trimestre com R$22,7b em dívida líquida, um aumento de 23,9% a/a e 7,1% t/t. O principal fator do avanço na métrica foi o recebimento da 1ª tranche do financiamento DIP.
Houve uma redução de aproximadamente 24,0% nos investimentos, mas a Oi continua consumindo caixa. No 3T23, a empresa reportou um fluxo de caixa operacional de -R$532m, embora continue tentando implementar medidas para reverter a situação.