A Oi apresentou mais um resultado fraco, com queda de receita e margens, além de continuar queimando caixa sem perspectiva de reversão. Com uma dívida de R$10 bilhões, acreditamos que a empresa permanece em uma situação delicada, mesmo após as renegociações no plano de Recuperação Judicial. Mantemos, portanto, a recomendação de venda, com preço-alvo de R$4,00.
Queda de 13,7% a/a na receita
A Oi reportou uma receita de R$2,1b apresentando uma queda de 13,7%. A empresa apresentou queda em todas as linhas de receita na comparação anual e trimestral, com a exceção da Oi Fibra que apresentou um crescimento de 0,8% a/a e 2,8% t/t. O número de casas conectadas permaneceu praticamente estável, com uma ligeira queda nos comparativos (-0,2% em relação ao ano anterior e -0,8% em relação ao trimestre anterior), resultando em uma redução de 7 mil casas conectadas ano a ano. Apesar dessa variação, o ARPU da Oi Fibra registrou um aumento de 0,8% na comparação anual e de 3,1% no último trimestre.
Apesar de medidas de eficiência EBITDA é negativo
No 3T24, os custos e despesas de rotina totalizaram R$2,4 bilhões, com uma redução de 10,6% A/A impulsionada por iniciativas de eficiência e reestruturação, incluindo a otimização de recursos e a redução de pessoal. Os serviços de terceiros, manutenção de rede, publicidade e despesas com aluguel e seguros também apresentaram quedas anuais significativas. As provisões para devedores duvidosos caíram 65% A/A, refletindo uma gestão rigorosa de crédito. Por outro lado, os custos de interconexão aumentaram 30,9% A/A devido a maiores custos com ligações internacionais de longa distância. Apesar de a empresa ter reduzido os custos e despesas a empresa ainda apresentou um EBITDA de R$-375m.
Lucro beneficiado por renegociações da dívida
A empresa reportou um lucro líquido de R$243 milhões, beneficiado pelo resultado financeiro de R$886 milhões devido ao impacto positivo da renegociação das dívidas.
Fluxo de caixa negativo e dívida continua alta
A empresa continua tendo dificuldades de gerar caixa apresentando uma queima de caixa operacional de R$-496m. No 3T24, a dívida bruta a valor justo foi de R$10,3 bilhões, uma queda de 59,2% a/a devido à reestruturação das dívidas com a aprovação do Plano de Recuperação Judicial. O aumento de 20% t/t reflete a conversão do empréstimo DIP e a emissão de debêntures, garantindo liquidez adicional conforme o plano estabelecido.