Resumo
A Oi reportou seu resultado no dia 08/05, após o fechamento do mercado. A empresa apresentou mais um resultado fraco, ficando abaixo das estimativas e apresentando uma fraca evolução dos números. A empresa continua queimando caixa e se endividando mais e continua apresentando fraca evolução do desempenho operacional. Dado que a empresa apresenta poucos sinais de melhorias e possui um montante de dívida líquida de R$25,4b, seguimos com nossa recomendação de Venda, com preço-alvo de R$0,60.
Análise do resultado
Receita líquida decepciona
No 1T24, a receita líquida da Nova Oi alcançou R$2,2 bilhões, o que representa uma diminuição de 12,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior e uma redução de 4,2% em relação ao trimestre anterior. Essa queda foi impulsionada pela diminuição acentuada nas receitas dos serviços não essenciais, como os serviços antigos de cobre no setor varejista e atacadista regulamentado, assim como a TV por satélite e as subsidiárias. Além disso, houve uma redução nas receitas dos serviços tradicionais de telecomunicações da Oi Soluções.
As operações não essenciais geraram uma receita líquida de R$607 milhões, experimentando uma queda de 25,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 4,9% em comparação com o trimestre anterior. Esse desempenho é resultado da substituição de serviços que utilizam tecnologias mais antigas, como voz e dados via cobre, e TV por assinatura via satélite, devido à mudança nos hábitos de consumo. Os clientes estão migrando para serviços que utilizam tecnologias mais avançadas e velocidades mais altas, como a fibra óptica.
EBITDA abaixo das expectativas
A empresa reportou um EBITDA DE R$-168m, com queda de 171,9% a/a, devido uma queda na receita e aumento de custos. Os custos e despesas operacionais totalizaram R$2,4 bilhões, registrando um aumento de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior e permanecendo estáveis na comparação trimestral. Os principais drivers do crescimento de custos e despesas foram publicidade e propagandas (+46,7% a/a) e aluguel e seguros (+25,9% a/a)
Prejuízo cresce 256,5% a/a
A empresa reportou um prejuízo de R$2,8b (+256,5% a/a), sendo impactado negativamente pelo resultado financeiro. As despesas financeiras líquidas totalizaram R$2,4b, mostrando um aumento tanto em comparação anual quanto trimestral. Esse aumento foi impulsionado principalmente pela variação cambial desfavorável, com o Real se desvalorizando em relação ao Dólar. Além disso, o aumento das despesas foi influenciado pela captação de tranches do financiamento DIP entre o 2T23 e o 1T24, resultando em maiores despesas com juros de empréstimos e financiamentos.
Fluxo de caixa e endividamento preocupam
A empresa apresentou um aumento da sua dívida líquida atingindo R$25,4b, apresentando aumento de 8,9% t/t e 21,1% a/a. Isso é consequência do aumento do endividamento bruto (+7,7% t/t; +20,7% a/a), devido a captação do DIP e a queima de caixa que a empresa vem apresentando.