Resumo
A Oi (OIBR3) divulgou seu resultado após o fechamento do mercado. A empresa novamente apresentou um resultado fraco e continua com poucos sinais de melhoria para o futuro. A companhia se encontra numa situação complexa em sua segunda RJ, com queima de caixa e um endividamento exorbitante. Sendo assim, mantemos nossa recomendação de VENDER, porém com uma redução no preço-alvo de R$1,00 para R$0,90.
Análise do Resultado
Receita líquida cai, novamente. Receita Líquida Total caiu 2,8% t/t e 11,2% a/a, atingindo R$2,4 bi e terminando o trimestre 3,2% abaixo das nossas expectativas. O aumento da receita de serviços core (Oi Fibra e Oi Soluções, que atingiram R$1,1 bi e R$705 mi, respectivamente) foi superado significantemente pela queda na receita de serviços legados (que atingiu R$250 mi e apresentou queda de R$253 mi na comparação anual), o que explica a desaceleração da receita total neste trimestre.
Custos e Despesas caíram, mas continuam em patamar alto. Houve uma queda de 0,3% t/t e 2,1% a/a nos custos e despesas, que atingiram R$2,3 bi e representam uma melhora no manejo de custos operacionais vindos principalmente de políticas de gastos mais conservadoras além de um alívio significante proveniente da alienação da operação móvel da companhia. A linha ficou 5,3% acima das nossas expectativas.
EBITDA de rotina da operação Brasil deixa a desejar. O EBITDA de rotina apresentou queda de 43,2% t/t e 65,7% a/a e ficou em R$133 mi, abaixo das nossas expectativas (-5,7% vs Genial Est.). Tal desempenho foi reforçado principalmente pelo crescimento dos custos relacionados ao aluguel da rede que suporta a operação de fibra, incorridos pela venda da UPI InfraCo. Outro fator impactante veio da manutenção da operação legada e teve efeito adverso na receita que já desacelerava e vinha abaixo do esperado. Itens não-rotina totalizaram R$91 mi e refletem a transição das SPEs móveis para as compradoras da base móvel (Claro, Tim e Vivo).
Resultado impactado positivamente por variação cambial. O Resultado Financeiro, que caiu 50,8% t/t e 82,0% a/a, totalizou R$-565 mi no 2T23. A melhora na linha se deu principalmente pela variação cambial dada a valorização do real frente ao dólar ao longo do ano de 2023.
Lucro líquido abaixo das expectativas (-8,1% vs Genial Est.). A Oi registrou prejuízo de R$-845 mi, uma melhora sequencial de 33,3% e piora de 163,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Tal desempenho se deu especialmente pela venda de sua base móvel e ineficiência no gerenciamento das operações restantes.
Outros destaques
Queima de caixa operacional de R$134 mi. A empresa gerou um caixa operacional de R$-134 mi no 2T23 (+416,9 t/t;-79,3% a/a), porém com a captação do DIP a empresa terminou com um caixa de R$2,6bi (-49,3% a/a).
Endividamento continua subindo. Dívida líquida aumentou 1,2% t/t e 31,5% a/a em decorrência do recebimento da primeira tranche do DIP Loan (U$$200 mi), atingindo R$21,2 bi.