Uma luz no fim do túnel!
Seguimos com a recomendação de MANTER. Em nossa leitura, o resultado operacional da empresa veio acima das nossas estimativas e do consenso do mercado. Essencialmente, apesar das linhas de custos seguirem evoluindo de maneira expressiva, vimos o EBITDA da empresa sendo beneficiado pela queda do ICMS nos custos com energia elétrica e a linha do resultado financeiro vindo melhor do que o esperado, que resultou em um lucro praticamente estável a/a. Uma vez mais, apesar da “fotografia” razoável dos números da empresa neste trimestre e uma avaliação descontada em relação aos pares do setor, achamos que tal desconto deve perdurar à medida que o risco de interferência política na política de preços da empresa acaba por pesar na nossa tese. Além disso, citamos o processo da 2º Revisão Tarifária da empresa,que vem sido tocada sob termos pouco interessantes para a tese de investimento da empresa (para maiores informações em relação à revisão, clique aqui – “Empresa encaminha Base de Ativos Regulatória para 2ºRTP”).
Como grande novidade para o fluxo de notícias recentes da empresa, citamos o recente anúncio do Governo do Paraná em realizar estudos na Copel para potencial operação no mercado de capitais (em citar expressamento o nome “privatização”). Dito isso, tendo em vista a recente postura do governo do estado em se aproximar do mercado financeiro, as próprias ações da Sanepar acabaram por ser positivamente impactada – talvez em uma expectativa de eventual privatização. Na tabela abaixo, realizamos uma análise de sensibilidade da empresa em caso de uma eventual privatização. Como podemos perceber, partimos do princípio que uma empresa como a Sanepar privatizada deveria valer pelo menos 1x a sua Base de Ativos Regulatória: R$15,6 bilhões, de acordo com documento enviado pela empresa à Agepar para suporte da sua revisão tarifária (escrevemos sobre o evento, para maiores informações, clique aqui). Como podemos perceber, caso a empresa venha a negociar em pelo menos 1x a sua base de ativos descontados a sua dívida líquida, o potencial de valorização seria de pelo menos 90% em caso de privatização. Utilizamos esse múltiplo de 1x Base de Ativos Regulatória – Dívida Líquida por achar que em caso de privatização, a busca pela eficiência e melhor governança deveria fazer com que a empresa deveria valer pelo menos o valor da sua Base de Ativos Regulatórias. Achamos cedo para tomarmos uma decisão de alocação mais enfática nas ações da empresa, mas vamos torcer para que em um segundo mandato, o governador reeleito pense privatizar a empresa.
Análise de resultado 3T22
EBITDA reportado acima das nossas estimativas e do consenso. Consideramos os números reportados como positivos em relação ao consenso do mercado, onde mesmo com a evolução dos custos operacionais impactando margem e rentabilidade da empresa, alguns eventos acabaram por trazer o EBITDA para acima dos nossos números e do consenso. Citamos: I) boa expansão nos volumes de água e esgoto, II) redução nos custos com energia elétrica, devido à a redução do ICMS e III) melhor receita financeira devido a um melhor posicionamento de caixa no trimestre. A receita foi de R$1,4 bilhões (+8,4%) derivado do número de conexões de água e esgoto (+2,0% e +2,7%, respectivamente) como também nos volumes faturados de água e esgoto (132m³ e 102,5m³, crescimento de +3,2% e +4,9%, respectivamente). A aplicação do reajuste e da revisão tarifária nas tarifas somadas ao maiores volumes propeliu a receita líquida da empresa em 8,4% a/a. O EBITDA no 3T22 foi de R$573 milhões, acima do consenso do mercado. Os custos operacionais seguem evoluindo agressivamente (R$967 milhões, +16,5% a/a) em outro trimestre marcado pela profunda evolução em praticamente todas as linhas de custos – exceto custos com energia elétrica, que apresentaram queda de 26,7% e trouxe um impacto positvo de aproximadamente R$40 milhões no trimestre – salvou o EBITDA e a rentabilidade da empresa no trimestre. Neste trimestre, o resultado financeiro foi melhor do que o esperado devido à maior posição de caixa da empresa no período, o que ajudou as suas receitas financeiras e melhorou o resultado financeiro do período (-R$56,8 milhões vs -R$93,3 milhões no 3T21). O lucro líquido no 3T22 foi de R$274,9 milhões, pequena evolução de +2,8% a/a. O endividamento no trimestre fechou em R$3,7 bilhões (vs R$3,0 bilhões no 3T21), encerrando o trimestre em 1,7x Dívida Líquida/EBITDA 12M – ainda confortável.