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    Publicado em 05 de Agosto às 18:25:14

    SIMPAR (SIMH3) | 2T22: Operacionais fortes! Financeiros… nem tanto

    Avaliamos o resultado como neutro. Apesar da alta nos preços de insumos, que fez com que os custos das empresas subissem consideravelmente, houve ganho de receita, nos indicando que existe uma margem para repasse. Além disso, o ganho de volume nas operações de algumas subsidiárias, além da consolidação de algumas aquisições feitas por empresas não listadas, nos mostra que, primeiramente, o operacional das empresas segue forte. No geral, enxergamos crescimentos orgânicos e inorgânicos importantes no resultado do 2T22 de Simpar. Ressaltamos que a margem líquida inferior ocorreu devido à pressão do resultado financeiro, impactado principalmente pela alta de juros.

    A receita líquida reportada foi de R$ 5,5 bi, crescendo 74% com relação ao mesmo período no ano passado e 19% com relação ao trimestre anterior. O EBITDA reportado somou R$ 1,7 bi, sendo 77% maior que o 2T21 e 13% maior que o 1T22. Por fim, o custo da dívida encerrou o trimestre em aproximadamente 145% do CDI, o que, com o aumento nas taxas de juros, aumentou as despesas financeiras, que fecharam o trimestre somando R$ 1,2 bi, aumentando mais de 500% com relação ao mesmo trimestre do ano passado. Com isso, apesar dos ganhos de receita, tivemos um lucro líquido em linha com o trimestre anterior, totalizando R$ 213 milhões, representando quedas de 46% e 35% nas comparações anuais e trimestrais, respectivamente.

    Outro destaque importante foi o volume de Capex Líquido realizado no trimestre de R$ 3,7 bilhões, cerca de 60% do guidance para o ano de 2022. Desse volume de investimentos, 91% foi direcionado para o segmento locação, ou seja, ao longo dos próximos trimestres esse Capex deve se traduzir em resultado operacional, o que deve ajudar a reduzir o nível de alavancagem da companhia (3,6x Dív. Líq./EBITDA).

    Vamos

    O resultado de Vamos apresentou um operacional muito robusto. Com o impulsionamento de setores ligados a commodities, mas principalmente devido ao agronegócio. Com isso, houve um aumento substancial na demanda por veículos pesados, o que beneficiou muito o operacional da empresa.

    Os principais destaques, além do forte crescimento de receita, foram: (i) o aumento do yield da companhia, que fechou o trimestre em 2,61%, contra 2,30% no primeiro trimestre do ano de 2022 e (ii) o crescimento da receita futura contratada (backlog), que apresentou um crescimento de 110% na comparação anual, mostrando a forte demanda no segmento de locação de veículos e máquinas pesadas.

    Movida

    Possivelmente o resultado de Movida foi o mais fraco dentre as empresas listadas da holding. Apesar do operacional bom, com uma demanda forte e uma tarifa maior devido ao mix mais premium da companhia, houve forte aumento das despesas financeiras devido ao aumento das taxas de juros, o que levou a uma compressão significativa da margem líquida. Além disso, outro fator de cautela com a elevação da Selic é a diminuição do spread entre o custo de dívida e o ROIC.

    Já os destaques positivos ficam para o operacional dos segmentos de RAC e GTF, que, conforme mencionado, tiveram aumento nas tarifas, além de um crescimento de volume de diárias.

    JSL

    Sendo o último resultado dentre as empresas listadas que pertencem a Simpar. A JSL apresentou um resultado forte, assim como Vamos. Impulsionada principalmente pelos setores de mineração, papel & celulose e alimentos, além de um volume essencialmente forte, a empresa conseguiu repassar seus custos, aumentando sua receita e margem operacionais. Por outro lado, assim como a maioria das empresas, houve uma queda na margem líquida, resultante de um aumento forte na taxa de juros.

    Automob

    A Automob, empresa subsidiária Simpar não listada, apresentou resultados fortes relativos à consolidação da Sagamar, que adiciona cerca de R$ 160 milhões de receita líquida por trimestre à companhia. Olhando para os números proforma, observamos crescimento nas principais métricas operacionais. O Volume total de unidades vendidas subiu 16,7% a/a e 71% t/t, com grande destaque para as vendas diretas. O ticket médio foi beneficiado tanto pelo cenário de aumento de preço dos carros zero-km quanto pelo mix mais premium, alta de 20,7% a/a e 12,3% t/t.

    Nesse trimestre tivemos uma receita não recorrente vinda da indenização do fechamento das lojas Ford no Brasil, que gerou um EBITDA adicional de R$ 8,5 milhões. Cabe ressaltar que o resultado da Automob e Simpar não consideram os números das recém-adquiridas: O fechamento da transação com a UAB Motors ocoreeu no dia 01/07, portanto, passará a incorporar os resultados do 3T22. Autostar e Grupo Green ainda precisam ser aprovadas pelo CADE ficando para o segundo semestre.

    CS Infra

    Impactada somente pela Ciclus, a divisão apresentou resultados tímidos, com apenas R$ 100 mil de lucro líquido, impactado principalmente pela alta de juros. Os resultados dos terminais portuários de Aratu e da concessão de Transcerrados serão incorporados apenas no segundo semestre.

    CS Brasil

    Por fim, para a CS Brasil, o destaque positivo segue sendo a atividade de GTF com mão de obra, que apresentou crescimento de 19,5% ante o 2T21 e 8,1% ante o 1T22, totalizando R$64,9 milhões no trimestre, devido à implantação de novos contratos. A divisão apresentou um lucro líquido de R$ 13 milhões, devido ao recebimento de reposição de tarifas retroativas do consórcio de transporte Unileste no valor de R$ 20 milhões, devido a venda da operação em 2016.

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