Resumo
A TOTVS divulgará seus resultados em 08/05/2024, após o fechamento do mercado. Esperamos que a empresa apresente uma receita sólida de R$ 1,27b (16,0% a/a; 3,1% t/t), refletindo a (i) manutenção sustentável do crescimento de vendas, (ii) repasses contratuais eficientes, (iii) integração entre as dimensões da companhia e (iv) destaque para a dimensão Business Performance no 1T24. Historicamente a maior margem EBITDA da empresa advém do primeiro trimestre do ano, porém prevemos um cenário diferente devido a (i) queda no volume da receita do modelo corporativo, (ii) maior alavancagem operacional e (iii) efeito negativo da Techfin e resquícios da Dimensa no resultado. Esperamos uma queda na margem EBITDA de -2,88p a/a, atingindo o valor absoluto de R$ 287,3m (3,0% a/a; 11,2% a/a). Entretanto, esperamos que o lucro líquido atinja R$ 169,6m nesse trimestre, representando aumento na margem de líquida em 2,44pp a/a e 0,63pp t/t. Apesar de alguns aspectos negativos do trimestre, reconhecemos a solidez do papel e os persistência dos fundamentos da empresa mencionadas em nossa iniciação (“TOTVS | Iniciação de Cobertura: Resiliência e inovação jogando no mesmo time”). Nossa recomendação é de Compra para o papel, com preço alvo de R$ 37,00.
Gestão
Para o 1T24, esperamos que a dimensão apresente receita líquida de R$ 1,11b (14,0% a/a; 4,1% t/t). Um crescimento estável na comparação ano a ano, porém desacelerado em relação ao 4T23 dado ao menor volume sazonalmente no primeiro trimestre. Prevemos um aumento tímido de 2,5% a/a na receita não recorrente de Gestão, impulsionado pela queda da inflação. Isso se deve ao fato de que o modelo corporativo e licenças estão mais centrados na gestão dos clientes existentes do que na aquisição de novos. Portanto, a desaceleração dessa linha de receita não é resultado de um desempenho de vendas fraco, mas sim das características operacionais da receita, sendo o reajuste o principal driver de crescimento desta linha.
Estimamos um EBTIDA Ajustado de R$ 282,3m (3,3% a/a; 10,7% t/t), porém prevemos queda na margem (-2,64pp a/a), decorrente do (I) menor volume de receita do modelo corporativo, (II) maior alavancagem operacional em 1T24 e (III) resquícios do impacto da Dimensa. Entendemos que o volume proveniente do modelo corporativo possui margem superior em comparação com as outras linhas de receita, ou seja, a desaceleração do corporativo frente ao crescimento estável da linha de recorrentes impacta negativamente na margem da dimensão. Também prevemos que a recente aquisição da Ahgora e de mais duas franquias adicionais gerará aumento da alavancagem operacional por causa da (I) menor margem em comparação com a dimensão Gestão TOTVS e (II) não sinergia imediata durante o 1T24, impactando negativamente na margem consolidada da dimensão. Além disso, embora acreditemos que o impacto negativo ocorrido no 4T23 devido à Dimensa tenha atingido seu ponto mais alto, ainda esperamos resquícios desse impacto no 1T24, diluindo ainda mais a margem EBITDA da dimensão Gestão.
Business Performance
Projetamos que a receita da dimensão Business Performance continue a crescer semelhante ao seu ritmo anual histórico, atingindo no 1T24 receita líquida total de R$ 125,3m (42,0% a/a; 1,7% t/t). Além disso, estimamos um EBITDA Ajustado de R$ 5,9m (59,9% a/a; 164,3% t/t), apresentando crescimento da margem (+0,52pp a/a) em função dos ganhos de eficiência do business e pelo crescimento inorgânico proporcionado pelos investimentos realizados em 2023.
Techfin
Estimamos para o 1T24 uma receita líquida de funding de R$ 57,2m (5,0% a/a; -21,7% t/t). Enxergamos um crescimento fraco ano a ano por efeito da queda na demanda de crédito e uma queda significativa fruto da sazonalidade ruim do primeiro semestre de 2024. Entretanto, possibilitado pela sinergia da Joint Venture da TOTVS com o Itaú, acreditamos na evolução sustentável na eficiência do custo de funding, aumentando consideravelmente a margem líquida de funding (+13,4pp a/a; +6,5pp) da dimensão para o 1T24. Esperamos que a dimensão Techfin não consiga atingir o breakeven esse trimestre, registrando um EBITDA de R$ -1,8m e margem de -3,1% (-10,3pp a/a; -6,2pp t/t).
Consolidado
Esperamos que no 1T24 a TOTVS atinja receita líquida de R$ 1,27b (16,0% a/a; 3,1% t/t), apresentando crescimento diluído pelo modesto aumento da dimensão Techin, porém compensado pelo modelo sólido e resiliente de Gestão mais a estimativa de crescimento agressivo de 42,0% a/a da dimensão Business Performance. Acreditamos que a margem bruta deva ser 72,4%, representando uma queda de 0,83pp a/a devido a integração das últimas três aquisições que não possuem margem igual ao da TOTVS, porém o impacto é levemente balanceado pela maior margem bruta de 77,3% (+0,2pp) da dimensão Business Performance. Vemos o EBITDA Ajustado chegar em R$ 287,3m, espelhando uma margem menor de 22,7% (-2,88pp a/a), justificado pela (I) queda no volume da receita do modelo corporativo, (II) maior alavancagem operacional e (III) efeito negativo da Techfin e resquícios da Dimensa no resultado. Além disso, projetamos que a TOTVS apresente lucro líquido de R$ 169,6m (+2,44p a/a; +0,63pp t/t).