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    Publicado em 10 de Janeiro às 14:14:44

    VALE3, CMIN3 e USIM5: Alerta das chuvas para a mineração!

    Neste período de verão é comum vermos períodos de chuvas intensas que afetam parte da produção das mineradoras. Mas, além deste fenômeno sazonal, há ainda a presença da “La Niña” que ocasiona níveis de chuvas acima das médias cujos impactos nas empresas podem ir desde a cadeia produtiva até a logística.

    VALE (VALE3)

    Minério de Ferro

    Hoje, dia 10/jan, a Vale informou em um Comunicado ao Mercado que “paralisou parcialmente a circulação de trens na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e a produção dos Sistemas Sudeste e Sul visando garantir a segurança dos seus empregados e comunidades em razão do nível elevado de chuvas que atingem Minas Gerais.”

    Como podemos observar, mais de um terço da produção (baseando-se nos dados de 2020) provém dos sistemas Sul e Sudeste, enfatizando-se o fato de que o escoamento é realizado pela EFVM. Dessa forma, devemos observar de perto quanto a possíveis desenlaces que esses fenômenos chuvosos podem ter com a operação desses segmentos.

    No sistema Sudeste, a EFVM foi paralisada no trecho Rio Piracicaba – Joao Monlevade, impedindo o escoamento do material em Brucutu e no complexo de Mariana, que estão com produção suspensa. O trecho Desembargador Drummond – Nova Era também está paralisado, mas em fase de liberação e não afetou a produção do Complexo de Itabira.

    No sistema Sul, a produção de todos os complexos está temporariamente paralisada em função da interdição de trechos das rodovias BR-040 e MG-030, da segurança de circulação de empregados/terceiros e da infraestrutura da frente de lavra das minas.

    O sistema Norte segue operando conforme o plano de produção, que considera o impacto sazonal do período chuvoso em todas as operações e, portanto, a Vale reitera seu guidance de produção de 320-335 Mt para 2022.

    A Vale também mencionou que está tomando todas as medidas necessárias para a retomada das atividades, mantendo o foco nos cuidados necessários para garantir a segurança dos empregados e das comunidades localizadas no entorno de suas estruturas.

    No que se refere às barragens, a empresa salientou que vem acompanhando o cenários de chuvas em MG e monitorando continuamente os estados das barragens via Centros de Monitoramento Geotécnicos. Ela ainda ressaltou o fato de que não houve alterações do nível de emergência em nenhuma de suas estruturas.

    De modo geral, a situação preocupa no lado produtivo, o que pode impactar as exportações. Por outro lado, vemos os preços do minério em patamares superiores a US$ 120/ton e, caso os preços se mantenham nesses níveis, para o investidor isso ainda é positivo, com altas perspectivas de dividendos tendo em vista a maior geração de caixa. Em um eventual acidente de grande escala, o que parece menos provável, os preços ainda podem se elevar, tendo em vista que a Vale é um dos grandes players exportadores do minério, o que impacta diretamente a oferta global refletindo nos preços de mercado.

    Cobre

    Na sexta passada, a Vale informou que devido às fortes chuvas no Pará houve um deslizamento de terra próximo à área de implantação de transportador de correia do Projeto Salobo III. Apesar de não haver impactos na operação do Salobo atual, tendo em vista que a ocorrência foi no projeto de implantação, houve ainda danos materiais. Felizmente não houve feridos. Para curiosidade, no 3T21, o cobre representou 4,13% da receita líquida total da empresa no 3T21.

    Para mais informações sobre a Vale, não deixe de conferir nosso Relatório de Início de Cobertura.

    CSN Mineração (CMIN3)

    A CMIN em conjunto com a CSN informaram de manhã via Comunicado ao Mercado que devido às intensas chuvas na região Sudeste nos últimos dias, as operações de extração e movimentação na mina Casa de Pedra foram temporariamente suspensas, com expectativa de retorno das atividades nos próximos dias. Além disso, a operação portuária de carregamento de minério no Terminal de Carvão – TECAR, localizado no porto de Itaguaí (RJ), também está suspensa em virtude do alto grau de umidade verificado no local.

    As companhias mencionaram que tomarão todas as medidas necessárias para manutenção de sua operação, respeitando todos os protocolos necessários para garantir a segurança dos empregados e das comunidades.

    A mina Casa de Pedra juntamente com a mina do Engenho são os principais pontos produtos de minério da empresa, e esta paralisação deve afetar a quantidade exportada, salientando ainda que o acesso ao mercado externo começa via TECAR, onde os minérios iniciam sua jornada de transporte sobretudo à Ásia. De forma clara, o porto foi responsável por 90% do minério da empresa negociado no exterior em 2020. Dessa forma, em termos proporcionais, os danos observados para essas empresas serão superiores ao que devemos ver com relação à Vale.

    Para mais informações da CMIN3, não deixe de conferir nosso Relatório de Início de Cobertura.

    Usiminas (USIM5)

    Via Fato Relevante, a empresa anunciou que devido às chuvas intensas na região de Itatiaiuçu (MG) em níveis expressivamente superiores à média histórica, as operações de sua controlada Mineração Usiminas (MUSA) foram temporariamente paralisadas.

    Por enquanto, a paralisação da MUSA não deverá afetar o fornecimento de matéria-prima para a Usiminas, e que serão utilizados os estoques da própria MUSA para o fornecimento.

    Além disso, a MUSA acionou no sábado o nível 1 do PAEBM (Plano de Emergência de Barragens de Mineração) para sua Barragem Central (desativada desde 2014). Isso significa um estado inicial de alerta e não representa comprometimento dos fatores de segurança da barragem, não requer a retirada de moradores das áreas nem o toque de sirenes. A Genial ainda não possui cobertura desta empresa, mas teremos novidades em breve.

    (A equipe da Genial está monitorando os desenlaces de todos esses fenômenos podendo trazer mais atualizações).

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