Simpar (SIMH3) divulgará seus resultados no dia 08 de novembro, após o fechamento do mercado. De maneira geral, acreditamos que as empresas do Grupo Simpar devem apresentar resultados mistos.
Destacamos positivamente o resultado de JSL, que deve seguir com receitas marginalmente crescentes, além de ganhos de rentabilidade provenientes das recentes aquisições. Por outro lado, acreditamos que Vamos deva ser o destaque negativo do trimestre. Apesar de ainda esperarmos resultados relativamente fortes no que diz respeito ao segmento de locação, acreditamos que a divisão de concessionárias deverá ser o grande detrator, dado que ainda estamos observando uma demanda extremamente fraca de caminhões 0 km.
Olhando para a holding, ainda esperamos mais uma vez um operacional robusto com números relativamente fracos nas últimas linhas, prejudicados principalmente por uma alta despesa financeira, devido ao alto endividamento do Grupo. Estimamos um prejuízo de R$ 134 milhões para Simpar.
Mantemos nossa recomendação de COMPRA para a empresa, com preço alvo de R$ 15,50.
Desconto de Holding já não é mais o mesmo….
Movida (MOVI3)
Esperamos que Movida reporte resultados mistos, puxados favoravelmente pelo RAC – que por sua vez deve ser positivamente impactado pela melhor sazonalidade do trimestre, além de um melhor nível de compra de veículos e volume de diárias. Por outro lado, o resultado deve ser negativamente impactado pelo resultado da divisão de seminovos, devido à continuação da queda da FIPE, que por sua vez deve continuar reduzindo a margem bruta de seminovos da companhia.
No RAC, esperamos que a sazonalidade favorável ajude em um aumento marginal de tarifas. Além disso, esperamos que a companhia volte a aumentar seu ritmo de compra de maneira substancial, dado que estamos nos aproximando da alta temporada.
No GTF, seguimos com uma visão positiva. Esperamos que uma adição e precificação de novos contratos continuem puxando bons resultados para a divisão.
Já em seminovos, acreditamos que a continuidade da dinâmica de preços desfavorável para veículos usados continue puxando os resultados para baixo. Estimamos uma queda de cerca de 4pp na margem bruta da divisão no 3T23, finalizando o 3º trimestre em 9%.
Estimamos uma receita líquida de R$ 2,7 bilhões (+6,5% a/a e +8,9% t/t), com um EBITDA de R$ 856 milhões (-7,2% a/a e -3,7% t/t) e um prejuízo líquido de R$ 82 milhões.
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Vamos (VAMO3)
Em Vamos, esperamos que o segmento de concessionárias continue com resultados negativos. O mercado de caminhões novos deve continuar difícil, com redução no volume de vendas e consequentemente redução de margens. Mesmo com a capitalização, a Vamos deve reduzir o ritmo de crescimento de sua frota, mantendo um controle sobre a sua alavancagem. Além disso, o movimento deve auxiliar na redução de estoques e na melhoria da taxa de ocupação.
Em locação, esperamos resultados positivos devido a uma demanda ainda forte e uma adição de contratos mais rentáveis. Acreditamos que a companhia continue no seu processo de diligência, encerrando contratos menos rentáveis. Estimamos um aumento no Yield, que por sua vez deve finalizar o trimestre em cerca de 2,8%.
Já na divisão de seminovos, esperamos resultados também positivos, devido a uma maior quantidade de venda de ativos retomados. A margem bruta do segmento deve permanecer alta, em torno de 34,6% assim como observamos no 2T23. A manutenção da rentabilidade se da principalmente por uma demanda ainda forte no que diz respeito a procura de caminhões usados.
Já concessionárias deve ser o destaque negativo do trimestre novamente. A fraca demanda por caminhões novos deve persistir até o final do ano. No entanto, projetamos uma retomada de vendas gradual em 2024, com a redução da taxa de juros.
Projetamos uma receita líquida de R$ 1,5 bilhões (+7,3% a/a e +0,6% t/t), com um EBITDA de R$ 688 milhões (+24,3% a/a e +3,4% t/t) e um lucro líquido de R$ 116 milhões (-20,5% a/a e +10,4% t/t).
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JSL (JSLG3)
JSL por sua vez, deve ser o destaque positivo do trimestre. Observando os níveis de tráfego nas praças de pedágio, além de bons volumes de exportação, que por sua vez devem movimentar bons volumes. Esperamos melhoras marginais de rentabilidade devido aos ganhos de sinergia com as recentes aquisições de IC Transportes e FSJ Logística – mesmo que a última contribua apenas com 1 mês de receitas.
Ressaltamos que mesmo com a escalada de combustível no trimestre, a companhia não deve apresentar perdas de rentabilidade, dado que existe um repasse nos custos para o cliente final da JSL. O que pode ocorrer são perdas pontuais devido a uma defasagem no repasse, mas que por sua vez devem ser corrigidas nos próximos resultados.
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Automob
Mais uma aquisição!
A Simpar anunciou mais uma aquisição de sua controlada Automob. O grupo de concessionárias adquirido foi a Best Points, que possui três lojas da marca Honda, quatro Renault e uma Ford. Com isso, a subsidiária totaliza 105 lojas em seu portfólio, estando presente em 18 cidades. A aquisição em questão adiciona empreendimentos em bairros importantes de São Paulo, como Pinheiros, Morumbi, Itaim Bibi, Santana, Vila Guilherme, Vila Prudente e Ipiranga.
A aquisição foi feita a um múltiplo de 4,66x EV/EBITDA, se mantendo em linha com o histórico da companhia. O valor da compra será de aproximadamente R$ 120 milhões (Equity Value), sendo R$ 60,2 milhões pagos à vista, e o restante será parcelado. Ressaltamos que aproximadamente R$ 25 milhões serão retidos durante o processo, visando cobrir eventuais despesas relacionadas com a transação.
A Best Points obteve R$ 585 milhões em receita bruta nos últimos 12 meses, além de R$ 25 milhões de EBITDA. O lucro líquido do grupo no mesmo período mencionado foi de R$ 15 milhões. Considerando o mesmo percentual de deduções da Automob, as margens EBITDA e líquida da adquirida seriam de 4,5% (vs. 5,6% da Automob) e 2,7% (vs. 2,1% da Automob).